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FEICORTE 2025

A nova janela de oportunidades da pecuária brasileira

Novo status sanitário, exportações em alta e queda na oferta global impulsionam a competitividade da carne bovina brasileira

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Juliana Camargo | São Paulo

06/06/2025 - 15:24

Foto: Feicorte/Divulgação
Foto: Feicorte/Divulgação

“Uma janela de oportunidades para a pecuária brasileira” é como Leonardo Alencar, head de agro da XP, resume o cenário atual da cadeia bovina no Brasil. Segundo o especialista, parte desse quadro é resultado da oferta reduzida de carne dos Estados Unidos — um dos principais produtores mundiais —, que enfrenta dificuldades para recompor seu rebanho após problemas sanitários. Com isso, países que restringiram as compras do produto norte-americano estão direcionando essa demanda para o Brasil.

“O Brasil é um dos poucos países que ainda têm espaço para aumentar a produção e a produtividade. Com a demanda crescendo mais rápido que a produção, isso deve se traduzir em margens mais interessantes para a cadeia produtiva”, explica Alencar.

Outro ponto que amplia as oportunidades para a pecuária brasileira é o recente reconhecimento internacional do país como livre de febre aftosa sem vacinação. Com o novo status, espera-se que novos horizontes e mercados se abram para a carne brasileira.

Neste contexto, a expectativa mais aguardada é a conquista do mercado japonês. Para isso, as negociações seguem avançando: na segunda quinzena deste mês, uma comitiva japonesa virá ao Brasil para visitar frigoríficos e verificar o sistema de inspeção sanitária do país. Conforme já noticiado pelo Agro Estadão, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) espera conquistar esse mercado — que importa cerca de 70% da carne bovina que consome — ainda em 2025.

Exportações aquecidas sustentam preço da arroba

As exportações seguem como um dos principais pilares da pecuária brasileira em 2025. Em maio, os embarques de carne bovina alcançaram o maior volume já registrado para um quinto mês do ano, com faturamento de US$ 1,26 bilhão — crescimento de 18,29% em relação a maio de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.

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A China continua sendo o principal destino da proteína brasileira, seguida pelos Estados Unidos, que enfrentam o menor rebanho dos últimos 74 anos, conforme dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).

Feicorte
Foto: Feicorte/Divulgação

Além disso, levantamento da Scot Consultoria evidencia a vantagem competitiva da carne bovina brasileira: em maio, a arroba nos Estados Unidos atingiu o valor recorde de US$ 119,25, enquanto no Brasil foi cotada a US$ 53,36 — menos da metade. Essa diferença reforça a atratividade do produto nacional no mercado internacional.

Esse cenário favorável nas exportações tem dado sustentação aos preços no mercado interno. A arroba, que chegou a ser negociada a R$ 300,00 na segunda quinzena de maio em São Paulo, apresentou importante recuperação neste início de junho, fechando a quinta-feira cotada a R$ 311,15 — avanço de 1,65% no acumulado do mês, de acordo com o Indicador Cepea, Esalq/USP.

Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea, os pecuaristas têm limitado os negócios, resultando em escalas encurtadas e forçando os frigoríficos a oferecerem mais pela arroba. “Há, inclusive, negócios acima desse patamar: a arroba de animais jovens, de até 30 meses, voltados ao mercado chinês, pode ultrapassar os R$ 320,00”, ressalta.

Bernardino lembra ainda que o movimento observado em 2025 sinaliza uma mudança no ciclo da pecuária. “Em 2024, a produção de carne bovina no Brasil foi recorde. Com isso, a maior oferta derrubou o preço da arroba, que ficou abaixo dos R$ 200,00 em várias praças pecuárias. Estamos falando de uma recuperação média de R$ 100 em um ano”, completa o pesquisador.

Para Carla Tuccilio, CEO da Verum Eventos e organizadora da Feicorte 2025, apesar de os preços ainda estarem se ajustando em busca de um novo patamar — o que desafia o pecuarista no curto prazo —, as exportações em alta mostram a força da pecuária brasileira no cenário internacional. “É uma fase de reorganização: quem está mais preparado em termos de gestão, genética e estrutura consegue atravessar melhor as oscilações do mercado”, afirma.

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