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FEICORTE 2025

Além do gado e da carne: venda de máquinas e equipamentos movimenta Feicorte 2025

Pecuaristas e indústria esperam pela definição dos recursos e dos juros do Plano Safra 2025/2026 para acelerar novos negócios

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Juliana Camargo | Presidente Prudente (SP)

19/06/2025 - 18:00

Foto: Davi Luz Fotografia/Divulgação Feicorte 2025
Foto: Davi Luz Fotografia/Divulgação Feicorte 2025

A caminhonete, que custa R$ 500 mil, enche os olhos de Vitor Hugo, que ainda não tem idade para dirigir. Já Luiz Souza, selecionador de Nelore, pretende trocar a caminhonete e levar uma nova para a propriedade no Pará. Sebastião Garcia Neto tira dúvidas sobre a potência dos quadriciclos para usar no trabalho de tração na fazenda, substituindo os cavalos.

Essas são cenas comuns na Feicorte 2025 e que vão além do pavilhão de palestras e da degustação de carne de qualidade. Na área externa da feira, 70 expositores — de máquinas agrícolas, equipamentos e veículos — ocupam grande parte do Recinto de Exposições Jacob Torsello, em Presidente Prudente (SP). As caminhonetes são uma atração à parte, e as principais montadoras do país estão presentes na Feicorte.

Luiz Souza, que cria Nelore em Oriximiná, no Pará, diz que pretende comprar aqui o veículo que viu na Agrishow deste ano. “Para levar o carro dessa vez? Só falta amolecer o coração da vendedora”, brinca o pecuarista. Segundo ele, é uma questão de otimizar o tempo: “Estamos aqui vendendo nossos animais, vendendo nossa genética, além de ter acesso a outras tecnologias, empresas e insumos que lá no Pará são difíceis de chegar. É um fluxo e contrafluxo de energia, investimento, conhecimento e networking”, completa.

Mas, apesar das intenções de compra, nem sempre a venda é concretizada durante o evento. Décio Schwingel, gerente de vendas da Ipacol — empresa com mais de 45 anos no mercado, presente em todas as grandes feiras agropecuárias do país — explicou ao Agro Estação como funciona a dinâmica de comercialização. “Aqui você mais levanta o negócio do que fecha. O trabalho acontece no pós-feira, com o envio de material, visitas e demonstração técnica das máquinas”, afirma. “Vamos até a propriedade mostrar como a máquina funciona, ver se é aquilo mesmo que o cliente estava imaginando. Isso é muito importante, porque cria uma rede de possibilidades”, complementa.

Além das máquinas para agricultura, ele mostrou à reportagem um vagão misturador — equipamento utilizado para preparar e servir a alimentação do rebanho, composta por forragens, grãos e concentrados. De acordo com Décio, esse é um dos itens mais procurados pelos clientes na Feicorte. “No ano passado, atendemos mais um público regional. Este ano, está mais abrangente. Já atendemos clientes de estados do Nordeste, de Minas e do Pará. Está muito claro o potencial de crescimento dos negócios na feira”, salienta.

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Preocupação com crédito

A preocupação, não só de Décio, mas de todo o setor, é com as indefinições do novo Plano Safra 2025/26, que começa no dia 1º de julho.

Diante de uma taxa de juros de 15% ao ano, o setor aguarda a definição de itens como o custo orçamentário para subsidiar parte dos valores, os juros que serão cobrados nas linhas de crédito e o volume total dos recursos disponíveis.

“A gente está em um momento bom na empresa. Eu não posso reclamar. Mas não há financiamento rural. Um ou outro banco tem alguma coisa. Porém, enquanto o Plano Safra não for divulgado e colocado em prática, vai ser bem difícil para o produtor se organizar e investir”, pontua.

Agricultura investe mais em equipamentos do que a pecuária

O tronco — utilizado para imobilizar bovinos e facilitar procedimentos como exames veterinários —, que antes era feito de madeira, hoje é de aço inox. Os modelos mais caros e automatizados podem ser operados por uma única pessoa. É através desse equipamento que os animais passam, são pesados e o criador faz o controle zootécnico, mensurando os ganhos produtivos do negócio.

Victor Abreu, supervisor regional da beckhauser, manuseando o tronco produzido, atualmente, em aço inox – Foto: Juliana Camargo

Apesar de ser um equipamento básico para a operação da fazenda, ter um tronco ainda é uma realidade distante da maioria das propriedades de pecuária.

Levantamento feito pela Beckhauser mostra que 70% das propriedades pecuárias não têm uma balança para pesar os animais. “Sem o equipamento de contenção, não é possível medir o desempenho da atividade. E aí o resultado da fazenda vai por água abaixo”, diz Victor Abreu, gerente de comercialização da Beckhauser.

No entanto, ele ressalta que a Feicorte traz ao pecuarista a possibilidade de conhecer empresas que fomentam produtividade e tecnologias para melhorar os resultados. “O pecuarista compreende seu negócio, busca conhecimento para fazer melhorias. Mas ainda vejo que, na interpretação e captação de dados e números, muitas propriedades ainda não estão preparadas. Em relação à gestão, estamos caminhando a passos lentos”, aponta.

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