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Economia

Setor de vinhos pede crédito mais acessível e apoio para concorrer com europeus

Brasil tem mais de 24 mil propriedades produtoras de uva e atividade agroindustrial gera mais de 90 mil empregos diretos  

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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

24/09/2025 - 11:11

Foto: Adobe Stock
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Produtores e industriais da vitivinicultura brasileira se reuniram na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 23, para fazer uma série de pedidos aos parlamentares. Uma das principais solicitações foi com relação ao crédito. Representantes desse setor pediram uma política para subsidiar os juros. 

“O que eu vejo com mais importante é essa questão de fomento para a agricultura, para a indústria, para o produtor, com juros subsidiados. Se pudéssemos olhar para esse tema e tentar voltar com isso, seria de agrado para toda viticultura brasileira”, destacou o presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Everton Milani, durante a audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, nesta terça-feira, 23. 

CONTEÚDO PATROCINADO

Ele explicou que diferente de outros empreendimentos, os vinhos e sucos não são comercializados logo após a produção. Isso pode afetar os pagamentos, inclusive para os produtores, segundo o presidente da Agavi. “A produção de vinhos ou de sucos é diferente da produção de grãos, tem um tempo de maturação, de envelhecimento dos vinhos e de estabilização tartárica dos sucos”, explicou. 

Acordo com União Europeia também preocupa

Apesar dos benefícios do acordo comercial entre o Mercosul-União Europeia para a agropecuária brasileira, o setor de vinhos e suco de uva alerta que o trato entre os blocos pode trazer impactos negativos. Ricardo Pagno, presidente da Associação da Comissão Interestadual da Uva (Aciu), disse que o acordo deixa o setor “um pouco apreensivo”. 

“A gente sabe que o vinho acaba sendo moeda de troca no acordo e a gente sabe da maneira que a agricultura é subsidiada no exterior”, pontuou Pagno. O temor é de que os vinhos brasileiros não sejam competitivos com um mercado mais aberto. 

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“A gente precisa olhar para isso, ter regras definidas para que possamos ser competitivos. Ninguém é contra [o acordo], mas os segmentos que vão ser impactados tem que ser olhados de forma diferente”, complementou. 

Outros temas tratados na audiência são:

  • Mercado ilegal: os produtores solicitaram que seja feita uma intensificação na fiscalização e combate a falsificação e contrabando de vinhos; 
  • Carga tributária: uma das alegações foi de que a alíquota sobre o vinho é uma parte significativa do valor final do produto, afastando o consumidor. Além disso, há uma preocupação com o início da execução da Reforma Tributária, já que os vinhos terão uma alíquota a mais devido ao imposto seletivo. O setor entende que é preciso pensar em alguma forma de incentivo para evitar um aumento nos preços finais dos vinhos; 
  • Modernização de lei: os representantes das associações também fizeram coro pedindo uma revisão na lei sobre produção, circulação e comercialização de vinho. A legislação é de 1988 e o entendimento do setor é de que a lei precisa ser atualizada;

Enoturismo: parte das entidades também destacou o papel do enoturismo pelo país, já que as visitas às vinícolas têm crescido. Nesse ponto, a solicitação foi por um fomento a esse tipo de turismo, seja com melhorias nas estradas vicinais ou mesmo na promoção das visitas.

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