Economia
RS: Colheita da soja atinge 95%, mas seca aumenta perdas na produção
Relatório da Emater/RS e Inmet alertam para tempestades severas em boa parte do estado nesta final de semana, com possibilidade de queda de granizo

Redação Agro Estadão
08/05/2025 - 17:31

O tempo seco e os longos períodos de sol têm favorecido o avanço da colheita da soja no Rio Grande do Sul, que atingiu 95% da área cultivada nesta semana. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 8, pelo Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar. Em alguns municípios das regiões do Planalto e do Alto Uruguai, no Norte e Nordeste do estado, os trabalhos de colheita já foram concluídos.
Apesar do bom ritmo, a produtividade continua bastante irregular, refletindo as variações no déficit hídrico ao longo do ciclo da cultura. Os rendimentos têm oscilado entre 1.000 e 2.500 quilos por hectare. As lavouras restantes, que representam cerca de 5% da área total, estão em fase de maturação fisiológica, com plantas prontas para a colheita.
Segundo o relatório da Emater, a falta de chuvas por até quatro semanas consecutivas em algumas regiões tem acelerado a debulha natural dos grãos ainda no campo, aumentando as perdas. Na região Oeste, o levantamento aponta perdas médias de 80 kg/ha de grãos já no solo antes mesmo da entrada das colheitadeiras, o que representa prejuízos econômicos adicionais.
Com a colheita encerrada em muitas propriedades, os produtores agora aguardam o retorno das chuvas para repor a umidade do solo e viabilizar a semeadura das culturas de inverno, como plantas de cobertura e adubação verde.
Milho
A colheita do milho avança em ritmo mais lento que a da soja, principalmente devido ao ciclo mais tardio das lavouras semeadas a partir de dezembro. Ainda assim, 92% da área cultivada já foi colhida no estado, segundo o informativo. O clima seco e a elevada radiação solar favoreceram a operação, garantindo boa trafegabilidade para as máquinas agrícolas.
Ainda restam 5% das lavouras em maturação e 3% na fase de enchimento de grãos — etapa particularmente sensível à falta de água. A escassez de chuvas nas últimas semanas tem afetado essas lavouras, com risco de comprometimento do potencial produtivo.
Em regiões que receberam chuvas pontuais, foi possível iniciar o plantio de culturas de cobertura, em preparação para a próxima safra de milho, prevista para começar na primeira quinzena de agosto. No entanto, na maior parte do Rio Grande do Sul, a baixa umidade do solo ainda inviabiliza o início dessa etapa.
Previsão do tempo: temporais e acumulados expressivos
A atuação de uma área de baixa pressão já tem provocado tempestades e chuvas volumosas na metade sul do Rio Grande do Sul. Mas a partir desta sexta-feira, 9, as instabilidades devem se intensificar, com acumulados expressivos previstos para todas as regiões do estado.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho (grande perigo) para a região da Campanha e municípios do entorno, devido ao risco de tempestades, principalmente na sexta-feira. A previsão indica acumulados de chuva entre 60 mm e 100 mm, com possibilidade de volumes pontuais superiores a 100 mm e rajadas de vento que podem ultrapassar os 100 km/h.
Outras regiões do Rio Grande do Sul, como o Centro, Oeste, Noroeste, Sudeste e a Região Metropolitana de Porto Alegre, também estão sob aviso de tempestade, embora com grau de severidade inferior. Há, ainda, possibilidade de queda de granizo em diversos pontos do estado, segundo o Inmet.
O relatório da Emater aponta que, no sábado, 10, a chuva deverá se deslocar para o nordeste do estado, atingindo principalmente o Litoral Norte, a Serra e a Região Metropolitana, com volumes menores.
No domingo, 11, o tempo firme prevalecerá em todo o Rio Grande do Sul, e na segunda-feira, 12, o clima continuará estável, com céu aberto e temperaturas amenas.
Entre terça e quarta-feira, a chegada de uma área de alta pressão poderá provocar a formação de nuvens no litoral, com possibilidade de chuvas isoladas e de baixo volume. Nas demais regiões, o tempo permanecerá seco, com um aumento gradual das temperaturas.

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