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Economia

Farsul diz que tem dúvidas sobre qualidade da safra

Durante balanço do setor em 2024, presidente da entidade critica demora do governo federal na ajuda ao RS e elogia atuação de Carlos Fávaro

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Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

16/12/2024 - 15:07

Antonio da Luz destaca números do agro gaúcho, observado pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e pelo vice-presidente Domingos Antônio Velho Lopes. Foto: Farsul/Divulgação
Antonio da Luz destaca números do agro gaúcho, observado pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e pelo vice-presidente Domingos Antônio Velho Lopes. Foto: Farsul/Divulgação

Uma das principais preocupações do agronegócio do Rio Grande do Sul para 2025 é o acesso ao crédito rural. A Farsul (Federação da Agricultura do RS)  projeta um ano mais difícil para os agricultores em função das altas taxas de juros. 

O economista-chefe da entidade, Antonio Da Luz, cita que os 38 mil produtores rurais que renegociaram dívidas a juros livres após as enchentes deste ano, poderão não conseguir pagar os empréstimos. O valor total renegociado foi de R$ 6 milhões, de um total de R$ 24 milhões considerando as outras linhas de crédito disponibilizadas. “Nós, provavelmente, teremos sérios problemas de novo porque isso [as linhas emergenciais] não ficou bem feito. foi apenas empurrado o problema para a frente”.

Por isso, a Farsul não projeta um número fechado para a próxima safra de grãos do estado. Aliado ao clima, esse problema e acesso ao crédito pode comprometer a qualidade do plantio.  “Nós sabemos que a área foi plantada, mas não sabemos em que condições, com que nível tecnológico”, afirmou Da Luz nesta segunda-feira, 16, durante balanço de final de ano.

Leilões de arroz 

Principal crise entre o governo federal e o setor produtivo neste ano, os leilões de arroz continuam em pauta. O economista-chefe disse que o governo federal “usou as enchentes para fazer o que já pretendia”, com a justificativa de que o estado não produziria cereal suficiente após maio. 

“Sob o pretexto da catástrofe, o governo destinou R$ 7,2 bilhões para importar arroz. Nós não temos nada contra a importação de arroz, o nosso problema é o governo pegar o  dinheiro público, comprar um produto de qualidade muito mais baixa, que usa defensivos agrícolas que no Brasil nao sao permitidos ou até são proibidos e entregar na gôndola para ser vendido a R$ 4, que isso fica abaixo do nosso custo de produção. Isso nós não poderíamos aceitar porque seria uma quebradeira do setor”, afirmou Da Luz. 

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Neste mês, a Conab fez mais dois leilões para comprar até 500 mil toneladas e tem outro marcado para o dia 20 de dezembro.  “Nós não estamos entendendo essa jogada do ministro Paulo Teixeira. Porque a Conab quer comprar a R$ 85 e o preço no mercado está R$ 100 [a saca]”, avaliou Gedeão. “O  nosso relacionamento com o ministro Paulo Teixeira é muito complexo”, definiu.

Ministro parceiro

Ao contrário das críticas feitas ao ministro do Desenvolvimento Agrário e apesar das reclamações sobre a demora do governo federal em liberar recursos para os produtores rurais que sofreram prejuízos com o desastre ambiental de maio, o presidente da Farsul poupou o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa). Segundo Gedeão, ele tem sido um “bom parceiro” do agro gaúcho e que cada vez que o setor liga, é atendido. 

“O ministro tem feito um esforço muito grande. Ele foi muito pressionado na questão do leilão de arroz, sem dúvida nenhuma. Mas ele tem feito bastante. Apesar de todos os erros iniciais, ele entendeu o processo do RS e tem sido um bom parceiro, sim, na busca de soluções”, avaliou. 

Entraves para irrigação

Gedeão Pereira, ressaltou que um dos gargalos para o agronegócio gaúcho continua sendo o processo para autorizar o uso da água para irrigação.  “Nós continuamos clamando para simplificar as regras do jogo para que se possa armazenar água, para que tenhamos regularidade de safra”, disse, referindo-se aos licenciamentos ambientais necessários para o agricultor adotar a irrigação nas lavouras.

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