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Economia

Recorde: Brasil exporta quase 4,5 milhões de sacas de café em setembro 

No acumulado do ano, o café arábica alcançou recorde de exportação com 26,3 mil sacas  

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Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

09/10/2024 - 17:33

Foto: Adobe Stock
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O volume de exportações de café em setembro de 2024 cresceu 33,3% em relação ao mesmo mês de 2023 e alcançou 4,464 milhões de sacas. A receita com essas operações somou US$ 1,194 bilhão, um avanço de 84,5% em relação ao mesmo período. Os números são recordes para o mês de setembro, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

No primeiro trimestre do ano safra 2024/25 (julho e setembro), os envios de café ao exterior totalizam 12,050 milhões de sacas, rendendo US$ 3,105 bilhões ao país. O incremento é de 19,7% em volume e 54,7% em receita na comparação com o mesmo período da safra anterior.

Já no acumulado de janeiro a setembro, considerando o ano civil, o Cecafé soma 36,428 milhões de sacas, evolução de 38,7% em relação aos primeiros nove meses de 2023. Assim como o volume, a receita também é recorde para o período: US$ 8,451 bilhões (+51,9%).

No entanto, o presidente do Cecafé afirma que o setor continua enfrentando problemas na logística, como falta de estrutura e espaço nos portos brasileiros, gerando atrasos de navios para exportação e pátios cheios de cargas.

“Esse cenário gera o não embarque, neste ano, de aproximadamente 2 milhões de sacas de café, que estão acumuladas nos portos, ampliando os prejuízos das empresas exportadoras e a não entrada de milhões de dólares como receita ao Brasil”, afirma em nota Márcio Ferreira.

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Segundo Ferreira, as empresas vêm buscando alternativas para manter o fluxo dos cafés brasileiros ao exterior, citando, como exemplo, dois embarques via break bulk realizados em setembro.

“Nessa modalidade, utilizam-se big bags para armazenamento do café dentro dos navios, prática que era comumente vista na década de 60 e que, mais recentemente, foi observada em 2022, em função da pandemia, como alternativa para a baixa disponibilidade ou mesmo a falta de contêineres no mercado mundial”, conclui.

Maior aumento das exportações de café foi para a Bélgica

O principal destino dos cafés brasileiros em 2024 são os Estados Unidos, que importaram 5,570 milhões de sacas até setembro. O volume representa 15,8% de todas as exportações e é 31,9% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. Veja o ranking: 

  1. Estados Unidos: 5,570 milhões de sacas (+31,9%)
  2. Alemanha: 5,359 milhões de sacas (+70,8%)
  3. Bélgica: 3,328 milhões de sacas (+131,5%)
  4. Itália: 3,021 milhões de sacas (+47,3%)
  5. Japão: 1,633 milhão de sacas (-3,1%)

Entre os países produtores de café, o México ampliou em 169,3% as compras do grão brasileiro com 839.601 sacas de janeiro a setembro. Desse total, 712 mil sacas foram de cafés verdes (arábica e canéfora).

O Vietnã, segundo maior produtor do mundo, importou 637.546 sacas, o que representa crescimento de 374,8% ante mesmo intervalo em 2023. Desse total, 484 mil sacas se referem a robusta, tipo mais produzido pelo Vietnã.

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Volume de exportação do arábica é o maior da história para o período

O café arábica alcançou um recorde em exportações para o período entre janeiro e setembro, com 26,397 milhões de sacas enviadas ao exterior. O volume é 26,6% maior que o embarcado no mesmo período de 2023 e representa 72% do total exportado em 2024.

Porém, o principal destaque fica com a espécie canéfora (conilon + robusta), que somou 7,037 milhões de sacas exportadas. Além de ser recorde para o período, representa aumento de 170,4% ante o ano anterior.  

O café solúvel totaliza 2,961 milhões de sacas exportadas (+6,8%) e o produto torrado e torrado e moído, 33,3 mil sacas (-14%) completam a lista.

Cafés diferenciados 

Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis respondem por 18,2% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e setembro de 2024, com a remessa de 6,643 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 51,6% superior ao registrado nos nove primeiros meses do ano passado.

O preço médio do produto foi de US$ 254,67 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 1,692 bilhão, o que corresponde a 20% do obtido com os embarques totais de café no período. No comparativo anual, o valor é 62,9% maior do que o registrado nos mesmos nove meses de 2023.

Os EUA são o principal destino dos cafés diferenciados, com 1,548 milhão de sacas, o equivalente a 23,3% do total desse tipo de produto exportado. Confira o ranking: 

  1. Estados Unidos: 1,548 milhão de sacas (23,3% do total do tipo)
  2. Alemanha: 1,171 milhão (17,6%)
  3. Bélgica: 760.182 sacas (11,4%)
  4. Holanda (Países Baixos): 457.436 sacas (6,9%)
  5. Itália: 282.850 sacas (4,3%)

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