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Economia

Recorde: Brasil exporta 47,3 milhões de sacas de café na safra 2023/24

Com avanço de 20,7%, receita cambial também teve performance histórica no ciclo, chegando a US$ 9,826 bilhões

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Rafael Bruno

10/07/2024 - 16:32

Foto: Adobe Stock
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De julho de 2023 a junho de 2024, as exportações brasileiras de café alcançaram 47,300 milhões de sacas de 60 kg, volume histórico para um ano-safra, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O total embarcado no período representa um crescimento de 32,7% na comparação com a safra 2022/23 (35,632 mi/t).

Quando comparado ao recorde anterior, de 45,675 milhões de sacas no ciclo 2020/21, o crescimento é de de 3,6%. 

De acordo com relatório estatístico mensal, divulgado nesta quarta-feira, 10, também foi registrado um incremento de 20,7% na receita cambial obtida com os embarques realizados nos últimos 12 meses encerrados em junho. O valor saltou de US$ 8,142 bilhões, na temporada 2022/23, para os atuais US$ 9,826 bilhões. É a maior cifra na história do levantamento das exportações brasileiras do grão, iniciado em 1990. 

Para o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o resultado alcançado pelas exportações brasileiras reflete contextos distintos do mercado cafeeiro, envolvendo menor disponibilidade de outras origens produtoras, mas, também, a continuidade de intensos problemas na logística.

“Do lado bom, o Brasil, com uma safra melhor, após dois ciclos de colheita menor, ampliou seu market share no comércio global, ocupando espaços deixados por oferta reduzida de outros produtores, como Indonésia e Vietnã, principalmente com o conilon e o robusta nacionais”, diz em nota o presidente da entidade.

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Outro ponto positivo ressaltado por Ferreira é a receita cambial recorde ao longo da safra 2023/24. “Os cafés arábica e canéforas, assim como o produto solúvel, tiveram suas maiores receitas cambiais da história, o que possibilitou o recorde na entrada de divisas ao país, uma leve amenizada dos altos custos no fluxo de caixa dos exportadores e, principalmente, repasses significativos do valor FOB (Free on Board) aos produtores, a uma média de 85%”, comenta o presidente em publicação setorial.

Embarques por variedades de café

Com 35,431 milhões de sacas embarcadas de julho de 2023 a junho deste ano, o café arábica segue como o mais exportado pelo Brasil. Esse montante representa 74,9% do total e alta de 16,7% na comparação com o ano safra anterior.

Elevando sua participação para 17,4% do geral, a espécie canéfora é o principal destaque do período. Na recém-encerrada temporada cafeeira foram embarcadas 8,238 milhões de sacas dos cafés conilon e robusta brasileiros, o que representa uma substancial alta de 461,1% ante o intervalo 2022/23.

“A performance recorde dos cafés canéforas resulta de investimentos de décadas em pesquisa e tecnologia, que elevaram a qualidade e a produtividade, por meio do cultivo sustentável, possibilitando que essa espécie e suas variedades possuam volumes e atributos sensoriais para o Brasil ampliar seu share no mercado global, atendendo à crescente demanda mundial. Em menor proporção, os arábicas também vêm desempenhando esse papel”, avalia o presidente do Cecafé.

Completam a lista de embarques, com 7,6% do total,  o segmento do café solúvel, com 3,585 milhões de sacas – queda de 4,7% -, e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 45,4 mil sacas, recuo de 5,2% e 0,1% de representatividade.

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Principais destinos do café brasileiro

Ainda conforme relatório do Conselho dos Exportadores de Café, os principais compradores dos grãos do Brasil ampliaram suas aquisições durante a safra 2023/24. Os Estados Unidos lideram o ranking, tendo importado 7,062 milhões de sacas, ou 2,8% a mais frente ao ciclo anterior, o que equivale a 14,9% das exportações totais.

A Alemanha, com representatividade de 13,8%, adquiriu 6,508 milhões de sacas (+26,1%) e ocupa o segundo lugar na tabela. Na sequência, vem Bélgica, com a compra de 3,868 milhões de sacas (+111,5%); Itália, com 3,774 milhões de sacas (+26,3%); e Japão, com 2,471 milhões de sacas (+20,2%).

Até o décimo lugar o Cecafé ainda destaca os desempenhos de Reino Unido, sexta posição no ranking, com a importação de 1,738 milhão de sacas, volume que implica crescimento de 137,4% em relação à temporada cafeeira 2022/23; e da China, sétima colocada, que registrou a maior evolução na compra do produto brasileiro no período, de 186,1%, ao adquirir 1,646 milhão de sacas nos 12 meses da safra 2023/24.

Gargalos logísticos e conflitos geopolíticos

Apesar do resultado positivo das exportações brasileiras, o Cecafé pondera que o setor se deparou com altos custos adicionais em decorrência dos “intensos gargalos logísticos”. Entre os exemplos citados pela entidade, os problemas no exterior devido à permanência de conflitos geopolíticos, e, internamente, o “esgotamento” do principal porto brasileiro, em Santos (SP).

Apesar de seguir como principal exportador dos cafés do Brasil no ano safra 2023/24, com o embarque de 32,607 milhões de sacas, o que corresponde a 68,9% de todo volume comercializado, o embarcadouro santista atingiu o menor nível de representatividade na história. O porto já foi responsável por 85% dos embarques do produto, segundo o Cecafé. “Essa queda evidencia o seu esgotamento e sinaliza mais dificuldades para o segundo semestre, quando aumentam as exportações de cargas conteinerizadas”, aponta relatório da entidade.

Conforme números do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, somente em junho, 254 navios destinados à exportação do grão sofreram atrasos ou alterações de escala nos portos brasileiros, número que representou 62% dos 413 porta-contêineres movimentados no mês passado. Só em Santos, foram 118 embarcações que tiveram delay no processo de embarque, ou 82% do total.

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