Cotações
Após regiões cafeeiras serem atingidas por geadas, cotações sobem em NY
Tendência é de que os preços do café também subam no mercado interno; Inmet mantém aviso de geada até terça
2 minutos de leitura 12/08/2024 - 14:00
Por: Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
Neste fim de semana, áreas produtoras de café foram atingidas por baixas temperaturas e até ocorrência de geadas. Os relatos partem de produtores, principalmente, das regiões da Alta Mogiana, em São Paulo, e Cerrado mineiro, conforme agentes do setor consultados pelo Agro Estadão.
“Os produtores estão apavorados pois alguns já estão sem café para vender e essa geada vai afetar a safra de 25”, diz o analista da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá.
Neste momento, quando muitas lavouras estão em período de floração e brotamento, o principal receio é de que as geadas comprometam o processo fenológico, atingindo a qualidade e produtividade da safra a ser colhida em 2025.
No sul de Minas Gerais, maior região produtora de café, apesar de alguns relatos, a ocorrência de geada foi mais observada em áreas de pastagens. Procurada pela reportagem, a Cooxupé, principal cooperativa do setor, informou que “no momento, os técnicos estão em campo levantando os cenários, mas, em princípio, não há nada que aponte alguma gravidade”.
“Então, estão fazendo os levantamentos, porém, onde a geada atingiu seja ela moderada ou de grandes danos gera impacto, sim. Exemplo, geadas que ocorreram no ano de 2021, agora que as lavouras estão se recuperando, mais de três anos… então, depende da intensidade da geada ou até mesmo do pé de café e da lavoura como um todo. Estamos observando as postagens e as regiões onde foram atingidas na Alta Mogiana e Cerrado Mineiro. Tudo impacta, por menor que seja já afeta a próxima produção”, comenta Fernando Barbosa, cafeicultor na região sudoeste de Minas Gerais.
Já o pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes, diz que apesar das ocorrências, os danos devem ser mínimos. “Sul de Minas, muito pouca coisa afetada, Mogiana Paulista um pouquinho mais e o Cerrado mineiro um pouco mais que a Mogiana”, diz Fagundes.
Segundo o pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e engenheiro agrônomo, José Donizeti Alves, o cenário está controlado. “Meu entendimento é que essa geada, por ter sido de baixa intensidade, não deve afetar de forma significativa o enfolhamento das plantas. Por outro lado, pode ter havido queima dos botões florais que estão em plena fase de pré-florada”, disse ao Agro Estadão.
Pós-geada, cotação do café dispara em NY
Sob grande impacto, ou não; o receio de uma futura safra comprometida já mexeu com os preços nesta segunda-feira, 12. Em Nova Iorque, o contrato para dezembro de 2024 encerrou o dia com uma alta de 3,60%, a US$ 2,38 por libra-peso.
E os preços devem seguir em alta nos próximos dias, inclusive no mercado interno, é o que aponta o analista da Pharos, Haroldo Bonfá: “o prognóstico hoje é duvidoso e problemático. Além de Nova Iorque, temos Londres seguindo essa alta e deve continuar porque ainda teremos frio amanhã e depois”.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há um alerta de perigo potencial com “risco leve de perda de plantações e temperatura mínima de até 3ºC”, para as regiões produtoras entre Minas Gerais e São Paulo. O aviso de geada se estende até terça-feira, 13.
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