Economia
Preços baixos marcam mercado de frutas e hortaliças no mês de junho
Exportações caem em volume, mas sobem em receita no 1º semestre de 2024
Da Redação
18/07/2024 - 12:05

Cenoura, alface, mamão e melancia tiveram redução de mais de 20% nos preços durante o mês de junho. Os dados estão no 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira, 18.
O boletim também traz um balanço das exportações de frutas do primeiro semestre de 2024, que acumularam 409 mil toneladas. Isso representa 8,44% a menos do que no mesmo período de 2023. Porém, a receita foi superior na comparação entre esses semestres, já que neste ano o faturamento foi de US$ 476,1 milhões, 0,5% a mais frente ao outro.
A expectativa é de crescimento nas vendas para o exterior no segundo semestre. A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern) aponta que o inverno pode ser mais adequado para o desenvolvimento das frutas. Além disso, o mercado europeu ainda segue com um custo alto de produção, além de problemas com mão de obra e climáticos, e uma atratividade adicional devido ao câmbio.
Confira o cenário de comercialização de frutas e hortaliças no 1º semestre
Alface – Uma demanda mais baixa pela hortaliça deve continuar ditando a tendência de redução dos preços em julho, assim como foi em junho e maio. A Central de Abastecimento (Ceasa) de Recife (PE) registrou a maior queda, com valor oscilando para baixo em 46,49%.
Cenoura – A maioria dos centros de abastecimento tiveram queda de mais de 20% nos preços praticados para a cenoura. Em Goiás, a redução foi de 35,76%, em Santa Catarina não houve alteração e apenas no Ceará, a queda foi menor (-12,73%). De acordo com a Conab, esse movimento é explicado pela “constância dos envios da raiz aos mercados de todas as regiões produtoras e não só a partir de Minas Gerais, maior abastecedor nacional”.
Mamão – A média ponderada do mês de junho teve uma diminuição em 26,34%. Os pesquisadores dizem que isso é resultado tanto da demanda quanto da oferta. Uma procura mais baixa devido ao tempo frio e uma entrega maior de regiões produtoras do norte do Espírito Santo e do sul da Bahia são indicados como fatores para queda. Essa dinâmica também deve influenciar os preços de julho.
Melancia – A cotação média para o mês passado teve uma redução de 23,72%. O início da colheita em Tocantins e o aumento de produção em Goiás pressionaram os valores para baixo com uma alta na oferta da fruta. Com temperaturas mais baixas, a demanda reduziu o consumo.
Cebola – Também foram registradas quedas nos preços da cebola em junho. Essa redução chegou a 10,83% em média.
Tomate – A queda no tomate foi menor do que a de outros produtos hortigranjeiros. A diminuição foi de 6,11% em junho.
Laranja – A fruta registrou redução na média, porém bem inferior a outras como mamão e melancia. Em média, os preços recuaram 3,36%.
Banana – ao contrário de outras frutas, a banana teve uma alta de 6,46% no preço médio do produto. Segundo os pesquisadores, os preços aumentaram devido a uma redução na oferta da banana nanica, principalmente, em Minas Gerais e São Paulo.
Maçã – a alta foi menos expressiva, cerca de 1,35% na média. Uma oferta mais escassa, potencializada por uma safra ruim na Região Sul, e uma menor demanda são apontadas como os motivos para essa pequena oscilação.
Batata – o tubérculo teve uma acréscimo de 3,36% no preço médio em junho. A safra da seca não tem sido capaz de suprir volumes que fazem o preço baixar, por isso houve elevação, de acordo com a Conab.
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