Exportações: agronegócio brasileiro tem segundo melhor resultado da série histórica | Agro Estadão
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Economia

Exportações: agronegócio brasileiro tem segundo melhor resultado da série histórica

Em 2024, açúcar, café e algodão bateram recordes de exportações em volume e valores

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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

08/01/2025 - 15:59

Foto: Adobe Stock
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou nesta quarta-feira, 08, o resultado das exportações do agronegócio brasileiro em 2024. Foram comercializados US$ 164,4 bilhões em produtos agropecuários, o que é o segundo maior valor registrado desde 1997, ínicio da série histórica, ficando atrás apenas de 2023 (US$ 166,5 bilhões). Na participação geral das vendas internacionais do Brasil, o montante representa cerca de 49% do total exportado. 

“O setor manteve seu protagonismo ao responder por metade das exportações totais do país, desta vez trazendo resultados concretos do empenho do Governo e do setor privado para uma maior inserção internacional, por meio da diversificação de produtos e destinos”, destacou em nota o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.

Segundo o ministério, dois fatores acabaram se equilibrando. O índice de preço dos produtos exportados teve um recuo de 4,6%, com a média de alguns preços caindo, como soja em grãos (-16,9%), milho (-15,9%), açúcar (-3,3%), carne bovina (-3,0%), algodão (-2,2%), carne de frango (-1,6%) e carne suína (-1,3%). Já o índice quantum, que trata do volume, registrou uma crescente de 3,4%.

Os dados do Mapa consideram não só as exportações envolvendo os produtos não industrializados, mas também aqueles que passaram por algum tipo de processo. Por isso, são diferentes dos apresentados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no começo desta semana

No compilado das exportações do agronegócio, seis segmentos se destacaram e representaram 84,8% da pauta comercializada internacionalmente. A listagem é composta por: 

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  • Complexo soja: US$ 53,9 bilhões (-19,8%); 
  • Carnes: US$ 26,2 bilhões  (+11,4%);
  • Complexo sucroalcooleiro: US$ 19,7 bilhões (+13,3%); 
  • Produtos florestais: US$ 17,3 bilhões (+21,2%);
  • Café: US$ 12,3 bilhões (+52,6%); 
  • Cereais, farinhas e preparações: US$ 10,0 bilhões (-35,8%). 

Outros segmentos, como fibras e produtos têxteis (US$ 2,1 bilhões), sucos (US$  827,9 milhões) e animais vivos (US$ 360,3 milhões) também tiveram bom desempenho. 

Já o ranking dos principais produtos do agronegócio exportados em 2024 tem:

  • 1º – Soja em grãos;
  • 2º – Açúcar;
  • 3º – Carne bovina;
  • 4º – Café;
  • 5º – Celulose;
  • 6º – Farelo de soja;
  • 7º – Carne de frango;
  • 8º – Milho;
  • 9º – Algodão;
  • 10º – Suco de laranja.

Recordes em volume e valor

De acordo com os dados divulgados pela pasta, o ano de 2024 foi recorde tanto em valor como em volume para alguns produtos. Confira abaixo: 

  • Açúcar: 33,5 milhões de toneladas (+23,8%) e US$ 15,9 bilhões (+19,4%);
  • Café verde: 2,8 milhões de toneladas (+30,8%) e US$ 11,3 bilhões (+55%); 
  • Algodão não cardado e não penteado: 2,8 milhões de toneladas (+71,4%) e US$ 5,2 bilhões (+67,7%);
  • Carne suína in natura: 1,2 milhão de toneladas (+8,5%) e US$ 2,8 bilhões (+7,6%);
  • Café solúvel: 90,9 mil toneladas (+13,9%) e US$ 899,1 milhões (+33%);
  • Bovinos vivos: 373,6 mil toneladas (+87,3%) e  US$ 850,3 milhões (+74%); 
  • Feijões secos: 342,9 mil toneladas (+146,9%) e US$ 335,2 milhões (+164,2%);
  • Sebo bovino: 320 mil toneladas (+2%) e US$ 308,7 milhões (+30,7%). 

China continua como principal parceira econômica, mas tem retração na participação total

Nas exportações do agronegócio, a China foi o principal destino das vendas, com US$ 49,7 bilhões. No entanto, o montante é 17,5% menor do que em 2023 (US$ 60,2 bilhões). Com isso, a participação chinesa no total exportado passou de 36,2% para 30,2%. 

O preço da soja e o volume e o preço do milho ajudaram a diminuir os números da comercialização com os chineses. Por outro lado, celulose (US$ 813,5 milhões, +21,4%), carne bovina in natura (US$ 245,2 milhões, +4,3%), algodão (US$ 231,6 milhões, +15,5%) e fumo não manufaturado (US$ 157,2 milhões, +36,8%) se destacaram na pauta para o país asiático.

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Os Estados Unidos registraram o segundo maior somatório de compra de produtos agropecuários brasileiros. Com US$ 12,1 bilhão (+23,1%), café, celulose, carne bovina in natura e suco de laranja tiveram maior impacto. Países Baixos (US$ 5,5 bilhões, +5,4%) completam o ranking dos três principais países compradores de produtos agropecuários brasileiros. 

Fávaro espera recorde de exportações em 2025

Em nota, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, falou sobre a expectativa para as exportações brasileiras do agronegócio. “As perspectivas de recordes de safra e de produção de diversos produtos do agronegócio, aliadas à manutenção do esforço para abertura e ampliação de mercados e ao incremento substancial das ações de promoção comercial realizadas em parceria com a Apex Brasil e o Ministério das Relações Exteriores, apontam para novos recordes em volume e valor no próximo ano”.

De acordo com a pasta, a estimativa de uma safra de grãos recorde, estimada em 322,42 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deve impactar o volume exportado, especialmente, devido à soja e ao milho. 

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