PUBLICIDADE

Economia

Trump pressiona UE por tarifas de 100% sobre China e Índia; e o Brasil?

Especialista aponta que distanciamento comercial entre China e EUA cria oportunidades para o agronegócio brasileiro; setor ainda pode ganhar espaço em outros países

Nome Colunistas

Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

10/09/2025 - 11:35

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, pediu à União Europeia (UE) que imponha tarifas de até 100% sobre produtos da China e Índia por causa da compra de petróleo russo. A ação visa pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a encerrar a guerra com a Ucrânia.

Segundo o jornal Financial Times, Trump fez a exigência depois de participar de uma reunião na terça-feira, 09, entre altos funcionários dos EUA e da UE, em Washington. Conforme uma autoridade norte-americana, o governo Trump estaria pronto para agir, mas só adotará a medida se tiver apoio dos aliados europeus. 

E o Brasil?

Um movimento norte-americano e europeu de aumentar tarifas sobre China e Índia desencadeará um fortalecimento da parceria comercial de ambos países com o Brasil. Hoje, juntamente à África do Sul, as nações formam o BRICS — bloco econômico formado de países emergentes que conta ainda com Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A aproximação, contudo, mais relevante para o agronegócio brasileiro é com o gigante asiático, principal parceiro comercial do setor

Desde os primeiros meses de seu segundo mandato, Donald Trump tem travado uma guerra tarifária com Xi Jinping – atualmente, suspensa para tratativas de um acordo. No entanto, especialistas apontam que, a cada dia, um entendimento entre as partes está mais distante de acontecer, apesar das pressões dos agricultores norte-americanos em busca de um desfecho. 

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Rodrigues Vale, ressalta que a tendência cada vez maior é de um desacoplamento da China com os EUA. “Então, a gente acaba se beneficiando de qualquer maneira. Mesmo que, eventualmente, seja firmado um acordo e os Estados Unidos exportam mais soja temporariamente para a China, cada vez mais o país asiático busca consolidar suas compras de forma mais estável. E isso não vale só para a soja: também se aplica à carne e, possivelmente, ao milho no futuro”, afirmou ao Agro Estadão. 

Para ele, isso não significa que os chineses deixarão de comprar soja dos EUA. Pelo contrário, o crescimento da economia da China continuará demandando mais soja e eles irão buscar dos produtores norte-americanos, porém, também irão diversificar o seu mercado. Mesmo com essa diversificação, o economista tem a percepção de que o Brasil seguirá como o parceiro mais confiável, em decorrência do histórico da relação comercial entre os países. 

Com isso, um caminho mais positivo ao agro brasileiro deve se abrir no longo prazo. “Acredito que, de tudo o que está acontecendo na guerra tarifária, a agricultura brasileira tende a se beneficiar no futuro. Isso porque há a possibilidade de abrir ainda mais mercados na China e, eventualmente, em outros países, já que o mundo começa a enxergar os Estados Unidos com maior dificuldade. Esse movimento abre espaço para que a nossa agricultura conquiste novos destinos também”, salienta. 

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Estimativas de produção de soja e milho nos EUA devem ter queda, dizem analistas

Economia

Estimativas de produção de soja e milho nos EUA devem ter queda, dizem analistas

Doenças identificadas em agosto por participantes de expedições de safra no Meio-Oeste do país ajudam a explicar redução

Brasil envia primeira carga de carne bovina ao Vietnã

Economia

Brasil envia primeira carga de carne bovina ao Vietnã

Embarque de 27 toneladas marca início das exportações após abertura de mercado em março; Vietnã é o 14º país mais populoso do mundo

Primeira viagem da Transnordestina será em outubro, diz ANTT

Economia

Primeira viagem da Transnordestina será em outubro, diz ANTT

Agência Nacional de Transportes também vê entraves jurídicos da Ferrogrão superados abrindo caminho para avanço do leilão em 2026

Índice para a compra de fertilizantes é favorável para a safra de verão

Economia

Índice para a compra de fertilizantes é favorável para a safra de verão

A melhora, segundo a Mosaic, é resultado de um mês com subida de preço das commodities e queda no preço dos fertilizantes

PUBLICIDADE

Economia

Anec eleva projeção para exportação de soja, farelo e milho em setembro

Revisão indica alta de 23,6% sobre setembro de 2024, com embarques previstos de 16,5 milhões de toneladas

Economia

IBGE: cresce abate de bovinos, suínos e frango

Dados apontam recordes históricos em frangos, suínos e leite entre abril e junho de 2025

Economia

Indonésia abre mais mercados para produtos de origem bovina

País tem mais 270 milhões de pessoas e vem se tornando aposta da pecuária brasileira

Economia

Cooperados da Cooxupé entram na reta final de colheita

Trabalhos de campo já foram finalizados em Matas de Minas, com avanço expressivo nas demais regiões produtoras

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.