Economia
Brasil suspende exportações de carnes de aves e derivados para mais de 30 países
Medida de autossuspensão foi tomada após foco da doença de Newcastle em um animal de granja no Rio Grande do Sul

Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com - Atualizada em 20/07 às 13h27
18/07/2024 - 22:08

O Brasil suspendeu as exportações de carnes de aves e derivados por um período de 21 dias, após a confirmação do foco da doença de Newcastle em uma granja no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A medida de autossuspensão está em uma circular enviada nesta quinta-feira, 18, aos serviços de inspeção do Ministério da Agricultura e Pecuária no país (veja abaixo) e vale para mais de 30 países compradores.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do país, atrás do Paraná e de Santa Catarina. A decisão do Mapa em suspender as exportações foi tomada no mesmo dia em que o ministro Carlos Fávaro esteve no Rio Grande do Sul, mas garantiu que a comercialização seguia conforme a normalidade, e que o Brasil estava apenas informando os compradores sobre o foco da doença.
A determinação da Circular é que não podem ser exportados de todo o Brasil carnes de aves frescas e derivados, carne para alimentação animal e ovos para a Argentina e México; assim como carne fresca de aves, produtos à base de carnes e produtos não tratados à base de sangue para a União Européia.
Do Rio Grande do Sul, estão suspensas as exportações de aves em carne fresca, resfriada ou congelada, miúdos, subprodutos, ovos e farinha. Os países afetados são: África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, China, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Geórgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Peru, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Europeia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.
Carnes de aves, farinha de aves, penas e peixes para uso na alimentação animal, além de produtos cárneos cozidos, termicamente processados, não comestíveis derivados de aves que sejam de origem dentro de um raio de 50 quilômetros do foco também tem restrições de comercialização em alguns países. Esses materias não estão suspensos para exportação para Canadá, Coreia do Sul, Israel, Japão, Marrocos, Maurício, Namíbia, Paquistão, Tadjiquistão, Timor Leste.
Em Porto Alegre (RS), o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Marcelo Mota, explicou a jornalistas que a doença de Newcastle é de notificação obrigatória e emergencial, pois tem impacto na produção animal. “É importante que as medidas de contenção sejam aplicadas de forma muito rápida para que a gente minimize os impactos econômicos e sociais dessa doença e que a gente retorne à normalidade sanitária”, afirmou Mota.

O técnico está na capital acompanhando o trabalho da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi). O diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes, garantiu que todas as granjas comerciais e propriedades rurais com aves de subsistência em um raio de 3 km do foco estão sendo visitadas, um total de 75 propriedades.
“Na sequência, vamos realizar a vigilância em um raio de 10 km em mais 801 propriedades, tanto granjas comerciais como algumas propriedades com aves de subsistência. Também vamos atuar com barreiras de desinfecção, evitando qualquer risco de disseminação, movimentação de animais e produtos e subprodutos animais ou insumos saiam da área de contenção”, explicou Lopes.
Nesta sexta-feira, 19, o Mapa publicou uma portaria declarando estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. A medida vale por um prazo de 90 dias e prevê uma vigilância epidemiológica de forma mais ágil com a aplicação dos procedimentos de erradicação do foco.
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