Federarroz: “não existe garantia de que vai acontecer o leilão”
Representantes do setor e governo aceitam construir uma alternativa; nova reunião será na próxima semana
2 minutos de leitura
20/06/2024 | 12:17
Por: Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
A crise do arroz ganhou um capítulo de trégua com o setor produtivo e governo federal sentados à mesa para traçar uma estratégia conjunta de valorização do produtor e proteção ao consumidor. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) disse que “abriu um canal de diálogo direto com o governo” para encontrar uma solução quanto ao leilão de arroz, após reunião realizada nesta quarta-feira, em Brasília (DF).
“Não existe, hoje, garantia de que vai acontecer o leilão ou de que não vai. O governo abriu um canal de diálogo com o setor produtivo e nos pediu que apresentasse uma proposta alternativa da cadeia, para garantir renda ao produtor e abastecimento”, afirmou o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, ao Agro Estadão. Segundo ele, o governo “quer equilíbrio de mercado”. O próximo encontro deve acontecer no dia 27 de junho, também em Brasília. Antes, produtores de arroz e indústria vão conversar para elaborar a proposta alternativa.
A reunião desta semana contou com os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que também levou o diretor substituto de Operações e Abastecimento, Silvio Porto.
O presidente da Conab garantiu que o governo não abre mão do leilão para importar arroz. Para jornalistas, na saída da reunião, Edegar Pretto disse que “o edital está praticamente pronto e os ajustes foram feitos”. No entanto, o governo vai esperar a proposta do setor para definir data e volume que deve ser ofertado.
Nos bastidores, especula-se que o governo tenha concordado em reduzir o volume de arroz a ser comprado no próximo leilão, como forma de demonstrar que a intenção nunca foi a de concorrer com os produtores gaúchos. O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 70% da produção nacional do cereal e, nesta safra, deve entregar mais de 7 milhões de toneladas.
O edital para o próximo leilão está sendo produzido pela Conab em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Entre as mudanças está o fato da Conab saber com antecedência quais empresas participarão do certame.
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.