Agro na COP30
Campo sustentável: entenda o que é bioeconomia
Com a COP 30, o Brasil consolida a bioeconomia como estratégia para gerar renda, reduzir impactos e fortalecer o campo
Redação Agro Estadão*
07/11/2025 - 05:03

O Brasil posiciona a bioeconomia como um dos pilares de sua participação na COP 30, o maior fórum mundial para debater soluções climáticas e estabelecer metas ambientais entre os países, reunindo líderes, cientistas e organizações de todo o mundo.
Para o Agro brasileiro, a COP 30 conecta diretamente o setor às discussões globais sobre clima, posicionando o produtor como agente de transformação e inovação.
Consequentemente, a bioeconomia deixa de ser apenas conceito teórico e se transforma em ferramenta prática para impulsionar a competitividade do agronegócio nacional.
O que é bioeconomia?
A bioeconomia representa um modelo econômico que utiliza recursos biológicos renováveis, como plantas, animais e microrganismos, combinados com processos biotecnológicos avançados para produzir alimentos, energia, produtos industriais e serviços.
Este sistema reduz significativamente a dependência de combustíveis fósseis e minimiza impactos ambientais negativos, criando uma economia circular sustentável.
Segundo a Embrapa, a bioeconomia fundamenta-se na valorização da biodiversidade e na aplicação de conhecimento científico para transformar recursos naturais em produtos de alto valor agregado.
Para o produtor rural, isso significa aproveitar integralmente os recursos disponíveis na propriedade, transformando resíduos agrícolas em novas fontes de receita e otimizando o uso da terra de forma mais eficiente.

O Governo Federal define a bioeconomia florestal como estratégia para gerar renda, emprego e desenvolvimento regional através do uso sustentável dos recursos naturais.
Esta abordagem permite ao produtor diversificar suas atividades produtivas, reduzir custos operacionais e acessar mercados mais exigentes e rentáveis.
Além disso, a circularidade dos processos produtivos garante maior resiliência econômica e ambiental às propriedades rurais.
Os princípios fundamentais da bioeconomia incluem sustentabilidade, inovação tecnológica e economia circular.
A sustentabilidade orienta práticas que preservam recursos naturais para gerações futuras, enquanto a inovação incorpora tecnologias avançadas nos processos produtivos.
Por sua vez, a circularidade maximiza o aproveitamento de materiais e energia, reduzindo desperdícios e criando novos fluxos de valor dentro da propriedade rural.
Os pilares da bioeconomia no campo
A sustentabilidade constitui o alicerce da bioeconomia rural, envolvendo práticas conservacionistas que mantêm a qualidade do solo, preservam recursos hídricos e protegem a biodiversidade local.
Essas ações incluem técnicas de plantio direto, rotação de culturas, manejo integrado de pragas e uso eficiente de fertilizantes orgânicos. Simultaneamente, essas práticas reduzem emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para o cumprimento de metas climáticas globais.
Na prática cotidiana, o produtor observa a sustentabilidade através da melhoria progressiva da fertilidade do solo, redução no uso de defensivos químicos e aumento da biodiversidade na propriedade.
Sistemas integrados de produção, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), exemplificam como diferentes atividades podem se complementar, criando sinergias que beneficiam tanto a produtividade quanto o meio ambiente.
A inovação representa o segundo pilar, manifestando-se através da adoção de biotecnologias que agregam valor aos produtos rurais.
O desenvolvimento de bioprodutos, como bioplásticos derivados de resíduos de milho, biofertilizantes produzidos a partir de compostagem e bioenergia gerada por biomassa, exemplifica como a tecnologia transforma subprodutos em oportunidades de negócio.
Estas inovações permitem ao produtor diversificar receitas e reduzir dependência de insumos externos.
Benefícios da bioeconomia para o produtor rural

Estudos da Fundação Getulio Vargas demonstram que tecnologias sustentáveis no agronegócio podem adicionar até R$ 94,8 bilhões ao PIB brasileiro anualmente até 2030, refletindo diretamente na rentabilidade das propriedades rurais.
Este impacto econômico positivo resulta do aumento da produtividade, criação de novos mercados e valorização de produtos sustentáveis pelos consumidores.
A agregação de valor através de subprodutos e resíduos representa uma das principais vantagens econômicas da bioeconomia.
Cascas de arroz transformadas em energia, esterco bovino convertido em biogás e palha de cana utilizada na produção de bioplásticos exemplificam como materiais anteriormente descartados se tornam fontes adicionais de receita.
Consequentemente, o produtor diversifica suas fontes de renda e reduz custos com descarte de resíduos.
Dados da Embrapa indicam que sistemas integrados de produção podem gerar até 700 mil empregos no setor agropecuário, fortalecendo economias rurais locais.
O acesso a mercados premium, que valorizam produtos sustentáveis e rastreáveis, permite ao produtor obter melhores preços e estabelecer relacionamentos comerciais mais estáveis e duradouros com compradores exigentes.
Por fim, desafios significativos acompanham essas oportunidades. O investimento inicial em tecnologias e infraestrutura pode representar barreira para produtores com recursos limitados.
A necessidade de capacitação técnica constante e adaptação a novas metodologias produtivas exige dedicação e investimento em conhecimento.
Além disso, aspectos regulatórios complexos podem dificultar a implementação de certas práticas ou a comercialização de novos produtos.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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