Sustentabilidade
Aprosoja diz que só cumprirá lei antidesmatamento com pagamento de prêmio sobre o grão
Entidade representativa do setor orienta que produtores não aceitem regras da EUDR; Abiove alerta para incertezas no comércio

Sabrina Nascimento | São Paulo
17/02/2025 - 17:20

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) orientou seus associados a não aceitarem cláusulas da lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR) em contratos de compra e venda do grão. Segundo a entidade, apesar do adiamento da aplicabilidade da legislação, algumas empresas tentaram colocar as regras em prática na atual safra.
A Aprosoja afirmou, ainda, por meio de comunicado, que não aceitará outra regra ambiental para a produção de alimentos que não seja o Código Florestal brasileiro – a legislação estipula áreas de preservação da vegetação nativa de 20% a 80% das propriedades rurais, a depender do bioma. E que único cenário possível para o produtor cumprir as diretrizes da EUDR seria o mercado oferecer um prêmio sobre o preço da soja produzida em área não desmatada após 2020 — prazo estipulado pela legislação europeia.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, criticou a regulamentação europeia e reforçou o posicionamento da entidade contra a inclusão das exigências contratuais. “Nós, produtores brasileiros, vamos exigir que eles cumpram também o nosso Código Florestal, que é onde o produtor brasileiro faz muito bem feito o dever de casa na questão da sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, fica aqui o nosso repúdio a essas empresas que já querem implantar um sistema que ainda não está em vigor lá na Europa”, afirmou Buffon.
Abiove alerta que incertezas na EUDR podem gerar impactos no comércio
Conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), representante de cerca de 95% das indústrias compradoras de soja, as empresas estão se preparando para fornecer produtos para a União Europeia, atendendo à EUDR. “Parte dessa preparação é buscar produtores rurais que possuam produção de soja aderente aos requisitos da legislação”, informa em nota.
A entidade ressalta, no entanto, que as incertezas em relação a como a União Europeia irá aplicar o novo regramento continuam muito elevadas. “Elas [as incertezas] precisam ser resolvidas sob pena de gerarem impactos no comércio atualmente existente”, destaca o comunicado.
Saiba o que prevê a lei europeia antidesmatamento e como ela impacta o agronegócio brasileiro aqui.
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