Economia
Cooxupé tem faturamento recorde e distribuirá R$ 134,4 milhões aos cooperados
O desempenho positivo de 2024 foi impulsionado pelo volume de embarques, que cresceu 46% em comparação a 2023
Broadcast Agro
31/03/2025 - 16:01
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) encerrou 2024 com faturamento recorde de R$ 10,7 bilhões, crescimento de 67% em relação ao ano anterior. O resultado líquido atingiu R$ 394,4 milhões, com a distribuição de R$ 134,4 milhões em sobras aos cooperados. O balanço anual da Cooxupé foi divulgado e aprovado em Assembleia Geral Ordinária realizada na sexta-feira (28).
O desempenho positivo foi impulsionado pelo volume de embarques, que cresceu 46% em comparação a 2023, para 6,6 milhões de sacas de café comercializadas para o mercado interno e externo. As exportações representaram 80% das atividades da cooperativa, com 5,1 milhões de sacas enviadas para mais de 50 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, China e Japão. No ano passado, a Cooxupé recebeu 6,1 milhões de sacas de café, sendo 4,9 milhões de seus cooperados e 1,2 milhão de terceiros.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, destacou o impacto da valorização dos preços do café nos resultados, mas também alertou para os desafios climáticos enfrentados pelos produtores. “Os preços do café, configurando patamares raramente vistos, têm grande influência nos resultados que alcançamos em 2024, superando nossas expectativas. Por outro lado, é válido lembrar o quanto os efeitos climáticos têm desafiado os produtores, impactando diretamente a produtividade dos cafezais e o rendimento do café”, afirmou em entrevista coletiva para comentar os resultados.
Além do crescimento operacional, a cooperativa investiu R$ 91,3 milhões em infraestrutura, inovação e robotização. A indústria torrefadora da Cooxupé produziu 13,7 milhões de quilos de café e ampliou sua atuação no mercado corporativo por meio de parceria com a Master Expresso.
Faturamento em 2025
A Cooxupé projeta um faturamento em 2025 superior ao recorde de R$ 10,7 bilhões alcançados no ano passado, embora enfrente desafios climáticos que podem influenciar sua performance. “Se atingirmos nossas expectativas de produção e recebimento, o faturamento deve superar o de 2024”, afirmou o vice-presidente da cooperativa, Osvaldo Bachião Filho, durante entrevista coletiva para divulgar os resultados do ano passado.
Em 2024, a Cooxupé comercializou 6,6 milhões de sacas de café, superando os 6,1 milhões de sacas captadas. A diferença de 500 mil sacas foi coberta pelo estoque remanescente do ano anterior. Para 2025, a expectativa é semelhante, com um recebimento de aproximadamente 6,1 milhões de sacas, sendo 5 milhões de cooperados. A expectativa é de venda de 6 milhões de sacas de café a 6,2 milhões de sacas. Desse total, a previsão é de que aproximadamente 80% seja destinado ao mercado externo.
A demanda global por café, especialmente da Ásia e do Oriente Médio, é apontada como uma esperança para o crescimento da receita. “Não observamos uma grande redução na demanda, especialmente a partir do nosso time comercial no exterior, que está vendo sinais positivos de crescimento”, disse Bachião Filho.
A produção nas principais regiões cafeeiras de atuação da Cooxupé – Sul de Minas, Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro e Mata de Minas – segue dentro do esperado, mas eventos climáticos, como o veranico no norte de Minas, ainda podem causar impacto na safra. “A radiação solar e a temperatura acima do normal preocupam, mas não conseguimos quantificar o efeito total”, explicou Bachião.
Além disso, a cooperativa ainda enfrenta desafios de estoque e comercialização, com muitos produtores hesitantes em negociar. “O produtor está mais capitalizado e, hoje, é ele quem dita o ritmo das vendas”, comentou Melo.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Tarifa: enquanto Brasil espera, café do Vietnã e Indonésia pode ser isento
2
COP 30, em Belém, proíbe açaí e prevê pouca carne vermelha
3
A céu aberto: produtores de MT não têm onde guardar o milho
4
Fazendas e usinas de álcool estavam sob controle do crime organizado
5
Exportações de café caem em julho, mas receita é recorde apesar de tarifaço dos EUA
6
Rios brasileiros podem ser ‘Mississipis’ do agro, dizem especialistas
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Arroz gaúcho perde espaço e agricultores pedem proteção na 48ª Expointer
Setor alerta para perda de competitividade frente a Paraguai e Argentina; Conab anuncia novo pacote de ajuda nesta segunda-feira
Economia
Exportadores de café temem mais obstáculos com aplicação da Lei de Reciprocidade
Missão parte na próxima semana para os EUA para negociar a inclusão do café na lista de exceções da tarifa norte-americana
Economia
Brasil e China firmam acordo para exportação de sorgo
Atualmente, a China importa 7 milhões de toneladas do cereal por ano, sobretudo dos Estados Unidos.
Economia
Agroindústria tem o pior junho desde 2019, aponta FGV
Produção teve recuo de 0,7% entre janeiro e junho de 2025; analistas alertam para efeitos do tarifaço nos próximos meses
Economia
Raízen vende duas usinas em MS por R$ 1,54 bilhões
Negócio ocorre após a companhia registrar prejuízo no primeiro trimestre da safra 2025/26; conclusão da transação depende do Cade
Economia
Governo autoriza inclusão de 3 hidrovias em programa de desestatização
Rotas de escoamento agrícola, a proposta é que as hidrovias do rio Madeira, Tocantins e Tapajós passem ser geridas pela iniciativa privada
Economia
Safra 2025/26 do Paraná projeta alta em soja e milho
Estimativas do Deral indicam colheita de 22 milhões de toneladas de soja e 3,2 milhões de milho; Feijão perde espaço no campo paraense
Economia
CMN regulamenta prestação de informações do Proagro
Agentes financeiros deverão seguir formulário e prazo definidos pelo Banco Central em disputas judiciais
