Cecafé aponta que 80% dos navios para exportação do grão tiveram atrasos no Porto de Santos em março

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou nesta sexta, 12, o Boletim Detention Zero (DTZ), que calcula o índice de alterações de escalas e atrasos de navios exportadores de café em diferentes portos do Brasil. Segundo o levantamento, 80% dos navios destinados aos embarques de café tiveram atrasos no Porto de Santos em março.

“Esse índice de 80% é o terceiro pior da série histórica, iniciada em janeiro de 2023. A continuidade dos desafios logísticos, com elevado índice de atrasos de navios é um dos, senão o principal, entrave que o setor enfrenta e que onera ainda mais os exportadores brasileiros”, disse em nota o diretor técnico da entidade, Eduardo Heron.

Os gates abertos são as janelas de tempo para o navio atracar, embarcar as cargas e desatracar. Nesse caso, quanto maior o tempo, melhor será para os exportadores, explica a entidade. Segundo o documento, em março, apenas 13% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gates abertos por navios. Entre três e quatro dias foram 57% e com menos de dois dias foram 30%. 

De acordo com Heron, 27 navios não tiveram os gates abertos no mês de março. Isso gera um custo adicional aos exportadores de café, pois os contêineres ficam mais tempo armazenados em um terminal de apoio esperando para serem entregues aos navios. 

O boletim também analisou os embarques do grão em outros portos. No complexo portuário do Rio de Janeiro, os atrasos e alterações de escala afetaram 81% dos navios com café, o maior no período. O Porto de Salvador foi o que teve o índice menor, 14% de atrasos, seguido de Vitória (ES), com 59%.