Agropecuária registra crescimento de 11,5% em valor exportado de fevereiro; algodão lidera as altas
Valor total das exportações no mês passado foi recorde e somou U$ 23,5 bilhões
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06/03/2024
Por: Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadão.com
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) divulgou nesta quarta, 06, informações da Balança Comercial de fevereiro. Segundo os dados, o setor da Agropecuária teve crescimento de 11,5% em fevereiro se comparado ao mesmo período do ano passado. A soma total desses produtos foi de U$ 4,86 bilhões.
Os destaques em valores exportados foram:
- Algodão em bruto – alta de 498,1%
- Café não torrado – alta de 71,5%
- Soja – alta de 4,5%
No entanto, o que pesou para os dados positivos da receita foram os volumes exportados. Ao todo, os itens agropecuários tiveram um crescimento de volume de 34,5%. Os preços tiveram um recuo de 17,1%, se comparado a fevereiro de 2023.
A Indústria de Transformação, que inclui também produtos agropecuários processados, registrou crescimento de 5% frente a fevereiro de 2023. O valor total obtido foi de U$ 12,81 bilhões. Entre os destaques estão:
- Açúcares e melaços – alta de 201,2%
- Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada – alta de 32,2%
- Farinhas de carnes e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais – alta de 9,8%
- Celulose – alta de 5,6%
No retrato do acumulado do ano, a Agropecuária teve crescimento da receita de 15,5% e já soma U$ 9,13 bilhões. Soja, café não torrado e algodão foram os itens com maior crescimento.
Quando se trata de todas as exportações de fevereiro, o Brasil registrou um recorde de U$ 23,5 bilhões, alta de 16,3% em valor exportado. “É o maior valor exportado da série histórica para meses de fevereiro. É um recorde para esse período motivado pelo crescimento de 20,9% no volume embarcado”, afirmou o Diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão durante a coletiva.
Milho e trigo apresentaram queda nas vendas em fevereiro
Dos grupos de produtos agropecuários sem processamento, o milho não moído, o trigo e centeio não moídos, e as sementes oleaginosas (girassol, gergelim, canola, algodão) tiveram desempenho abaixo em relação ao ano passado. As quedas foram de 65,9%, 39,1% e 32,5% respectivamente.
As gorduras e óleos vegetais (soft, bruto ou fracionado) também registraram redução de 82,8% na receita em comparação com fevereiro de 2023.
Receita de exportações para a Argentina reduz 28%
Segundo o MDIC, a soja e a energia elétrica foram os principais responsáveis pela queda no valor das exportações para a Argentina nos primeiros meses do ano.
Em janeiro e fevereiro de 2023, o país vizinho importou 226 mil toneladas de soja brasileira. Nesse mesmo período de 2024, as importações foram de 9,7 mil toneladas. Em valores, a queda chega a 96%.
Bimestre também marcado pela importação de fertilizantes
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, os dados também demonstraram que houve um crescimento de 3,8% no volume importado de adubos e fertilizantes.
Essa alta se deve também pelos valores, que em janeiro e fevereiro de 2024 registraram queda de 32,2% em comparação ao mesmo período de 2023.