Economia
Abimaq avalia como positivo anúncio do Plano Safra, mas cobra fundo de aval
Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas diz que agricultores não conseguem acessar recursos sem aval para financiamentos

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, Pedro Estevão, avaliou como positivo o Plano Safra 2025/26 da Agricultura Familiar, divulgado nesta segunda-feira, 30, pelo Governo Federal.
Segundo ele, a manutenção dos juros do plano anterior (2024/25) e o aumento do limite de financiamento de R$ 50 mil para R$ 100 mil, dentro do Programa Mais Alimentos, em que produtores têm taxa de 2,5% [ao ano], ajudam, respectivamente, a reduzir a inflação dos alimentos e a incentivar a mecanização das lavouras. “Isso, para a indústria e para a agricultura familiar, é muito bom. Então, de forma geral, o plano foi muito bom”, disse, durante a cerimônia de anúncio dos recursos, em Brasília.
Ainda segundo Estevão, a Abimaq mantém contatos mensais com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para estudar formas de os agricultores familiares terem acesso à tecnologia. “A gente tem falado o seguinte: tem máquinas que existem e o agricultor não sabe, tem máquinas que existem e precisam ser adaptadas para a agricultura familiar e tem máquinas que não existem. Dentro dessas três coisas, temos trabalhado rotineiramente com o MDA para a gente preencher o vazio que tem de mecanização”, reforça.
Ao avaliar pontos que poderiam ser melhorados, Estevão afirmou que, apesar de satisfatório, o plano não é perfeito. E fez uma ressalva em relação ao fundo de aval. “Tem muito agricultor que não consegue acessar os recursos porque não tem como dar um aval para pegar o financiamento. O governo até tentou no ano passado e não progrediu. Não vimos nada nesse Plano Safra. Então, acho que talvez seja o único ponto em que a gente pudesse falar assim: ‘Olha, por que vocês não olharam? Vocês poderiam ter olhado o fundo de aval, porque mais agricultores poderiam acessar o crédito”, reforça.
O presidente da Câmara Setorial destacou, ainda, que espera, para esta terça-feira, 01, quando será anunciado o Plano Safra Empresarial, que o governo tenha sensibilidade e disponibilize um total robusto de recursos. “Realmente, a gente precisa de uma subvenção grande, e aí o dinheiro é mais curto, porque esbarra no orçamento do governo. Mas a gente entende que deve ser um Plano Safra bom”, finaliza.
Catálogo de equipamentos
Sobre o lançamento do Catálogo de Máquinas para a Agricultura Familiar, a presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, diz que a ferramenta é uma grande oportunidade para que as tecnologias cheguem ao pequeno produtor. “A Embrapa gera tecnologias, mas é sempre importante ter pesquisa, capacitação e políticas públicas associadas, e o Plano Safra é o momento para incentivar que essas tecnologias cheguem”.
De acordo com a estatal, o conteúdo reúne equipamentos que podem ser financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), destinados a estimular a geração de renda e a melhoria do uso da mão de obra familiar. As opções vão de tratores agrícolas a equipamentos para preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita e máquinas para horticultura, mandiocultura, cafeicultura, forragicultura, produção de grãos e, ainda, máquinas chinesas em fase de testes no Brasil.
Categorizado por funcionalidades de uso no campo, o catálogo faz parte de um conjunto de programas: Mais Alimentos, Nova Indústria Brasil e de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar (PNPIAF).
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