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Agropolítica

No BRICS, Fávaro critica supertaxação e defende o multilateralismo

Ministro disse que a China estuda os protocolos sanitários do Brasil para retomar a compra da carne de frango “rapidamente” 

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Redação Agro Estadão | Atualizado às 17:13

07/07/2025 - 11:09

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, criticou neste domingo, 6, medidas protecionistas contra parceiros comerciais, como as impostas pelos Estados Unidos. “Taxar a exportação de alimentos é taxar o combate à fome, é encarecer a comida no mundo”, afirmou Fávaro à imprensa, na entrada da 17ª Cúpula do BRICS — grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento acontece no Rio de Janeiro (RJ).

“Um país e um governo dito liberal na economia vem com taxações e protecionismo. O Brasil, que tem um governo progressista, muito preocupado com o social, defende fortemente o multilateralismo, a não taxação, o livre mercado”, disse. Segundo o ministro, ao longo do encontro, que termina nesta segunda-feira, 7, todos os líderes defenderam o multilateralismo, assim como o Brasil.

Na contramão desse consenso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nas redes sociais, horas após o encerramento do primeiro dia do evento, que “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do BRICS será taxado com uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política”, disse, sem detalhar quais seriam essas políticas.

A declaração do líder norte-americano foi considerada irresponsável pelo presidente Lula. “Eu sinceramente, nem acho que eu deveria comentar, porque não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet. Não é correto. Precisa saber que o mundo mudou. Nós não queremos imperador. Nós somos países soberanos. Se ele achar que ele pode taxar, os países têm o direito de taxar também. Existe a lei da reciprocidade”, disse nesta segunda-feira, 7, durante reunião dos Brics.

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Novos mercados

Aos jornalistas, o ministro destacou que o Brasil já conquistou a abertura de 387 novos mercados para a agropecuária, número que classificou como recorde absoluto. Como exemplo, citou o primeiro embarque de carne bovina brasileira para o Vietnã, ocorrido no dia anterior, e ressaltou o potencial vantajoso desse novo destino. “Tenho certeza de que sairemos daqui com mais força”, afirmou, ao lembrar que 160 países compram proteína do Brasil.

Fávaro também classificou como “baixíssimo” o nível de restrições à carne de frango brasileira e afirmou que o país trabalha para retomar a abertura total, após o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) da autodeclaração brasileira como país livre de gripe aviária.

“Só para fazer uma correlação, tivemos 17 mil animais abatidos. Nos Estados Unidos, mais de 170 milhões foram abatidos pela gripe aviária. Isso mostra a robustez da agropecuária brasileira. Estamos agora em um trabalho de recuperação de mercados”, disse.

China

No sábado, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro da China, Li Qiang. Segundo o Palácio do Planalto, a China se comprometeu a acelerar os trâmites para reconhecer o Brasil como país livre de gripe aviária e de febre aftosa sem vacinação. De acordo com Fávaro, o premiê chinês disse que o país estuda os protocolos “rapidamente” para retomar a compra da carne brasileira, mas não falou em datas.

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