Agropolítica
Governo derruba liminar e compra 263,37 mil toneladas de arroz em leilão
Leilão de arroz custou R$ 1,316 bilhão; Presidente da companhia afirma que estimativa de safra de arroz vai diminuir
2 minutos de leitura 06/06/2024 - 09:15
Por: Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com | Atualizada às 13h17
O Governo Federal conseguiu, durante a madrugada, derrubar a liminar que havia suspendido a realização do primeiro leilão de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O Juiz Federal Bruno Risch havia atendido a um pedido de deputados federais gaúchos, por considerar o agendamento do leilão “prematuro” tendo em vista a “ausência de comprovação de que o mercado de arroz nacional sofrerá impacto negativo das enchentes do Rio Grande do Sul”.
Mas a decisão foi anulada pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Fernando Quadros da Silva. Com isso, o leilão para compra de 300 mil toneladas de arroz importado beneficiado foi realizado nesta quinta, 6, conforme a programação da Conab. Para a compra, foram destinados mais de R$ 600 milhões de reais.
Segundo a Conab, foram compradas 263,37 mil toneladas, 88% do volume pretendido. Depois de homologado o resultado, as empresas vencedoras terão cinco dias úteis para pagar e apresentar a garantia. Os sacos de arroz devem chegar ao consumidor após 90 dias.
A operação custou R$ 1,316 bilhão, com lotes ao preço mínimo de R$ 4,9899 por quilo e máximo de R$ 5 por quilo. Recife, capital de Pernambuco, receberá o maior volume arrematado no leilão, de 30 mil toneladas. A origem do cereal, no entanto, ainda não foi divulgada.
Presidente da Conab diz que estimativa de safra de arroz vai reduzir
O presidente da Conab, Edegar Pretto, afirma que o próximo levantamento de safra da companhia vai trazer redução na estimativa de safra de arroz. Por isso, a importação do cereal se faz necessária neste momento.
“A nossa preocupação é garantir ao consumidor um produto mais barato, sem deixar de tomar cuidado com os nossos produtores”, disse Pretto em entrevista à rádio Gaúcha, de Porto Alegre, na manhã desta quinta, 6. Segundo ele, as 300 mil toneladas que devem ser compradas não são suficientes para prejudicar a produção brasileira.
O quilo de arroz será vendido ao consumidor por R$ 4 em uma embalagem com logomarca do governo federal e da Conab. A iniciativa gerou críticas a respeito do uso “eleitoreiro”.
Na entrevista à rádio Gaúcha, Edegar Pretto diz que a medida não é “politização” e, sim, para proteger o dinheiro público.
Plano Safra com medidas para os arrozeiros
Edegar Pretto prometeu anúncios específicos para os produtores de arroz no Plano Safra 2024/25, que será lançado no final do mês. “Teremos um preço mínimo histórico”, disse.
Também deve ser anunciada a realização de contratos de opção de venda. Pretto defende que a medida serve para que o produtor garanta a venda, mas tenha a opção de não vender para o governo caso consiga preços mais compensadores.
Ação no STF continua
Já no Supremo Tribunal Federal (STF), segue tramitando a Ação Direta de Inconstitucionalidade protocolada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O relator do processo, o ministro André Mendonça, deu prazo de cinco dias para que a Presidência da República, os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda, além do Comitê-executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior prestem mais informações.
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Agropolítica
1
Fávaro anuncia 8 anos de prazo para renegociação de dívidas dos produtores rurais do RS
2
Arrozeiros voltam a defender produção enquanto governo federal retoma discussão sobre o tema do leilão
3
Governo federal libera R$ 1,9 bilhão para subvenção de crédito rural no RS
4
Enchentes no RS: governo federal muda regras e amplia perfil para renegociação de dívidas
5
Equipe econômica do governo prevê corte de R$ 3,7 bilhões para Proagro em 2025
6
CMN prorroga parcelas de dívidas rurais de produtores do RS até outubro
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Agropolítica
Após 140 dias das enchentes, lavouras seguem cobertas de água no RS
Produtores rurais afirmam que bancos não têm os recursos anunciados pelo governo federal
Agropolítica
CMN autoriza renegociação de operações de crédito rural em municípios do RS
Com a decisão, bancos podem prorrogar vencimento de parcelas até 15 de outubro deste ano
Agropolítica
Fim da desoneração da folha não agrada, mas estabilidade é bem vista, afirma setor de proteína animal
Avaliação é de que Brasil pode perder competitividade com a volta dessa arrecadação tributária
Agropolítica
Produtores afetados por queimadas poderão recorrer à linha do Plano Safra
Juros da linha anunciada variam entre 7% e 8,5% ao ano
G20: Brasil quer aproveitar áreas degradadas para ampliar a produção de alimentos, afirma Fávaro
Brasil lidera negociações do GT de Agricultura neste ano e espera consenso em uma declaração sobre diretrizes da agricultura mundial
Combustíveis do Futuro: setor comemora aprovação do projeto
Câmara dos Deputados aprovou 16 emendas do Senado ao projeto de lei que aumenta a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel
Governador de MT defende penalizações duras para evitar repetição das queimadas
Além de Mauro Mendes, o presidente da FPA também avalia necessidade de mais penalizações para combater avaço das queimadas
Lula: governo recuperará empresas para País ser autossuficiente em fertilizantes
Reserva de potássio na Amazônia poderá ser explorada "se não tiver impactos ambientais negativos", diz o presidente