Agropolítica
Fiergs pede prorrogação e apoio do governo federal para conter efeitos da tarifa dos EUA
Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior impacto da alíquota; couro, celulose e tabaco estão entre os setores mais afetados

Redação Agro Estadão
22/07/2025 - 13:09

Representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) estiveram reunidos com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para tratar da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. O encontro ocorreu em Brasília (DF) nessa segunda-feira, 22, e serviu para a federação formalizar um pedido de ajuda.
A federação solicitou que o Planalto considere três ações prioritárias envolvendo as negociações com o governo norte-americano:
- manutenção da tarifa atual para produtos brasileiros;
- prorrogação por pelo menos 90 dias da nova tarifa;
- evitar retaliações ou escaladas comerciais.
Entre os setores que mais podem ser impactados, a entidade destacou alguns que têm relação direta com a agropecuária gaúcha, como setor de tabaco, couro, celulose e madeira. A estimativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é de que a tarifa pode provocar uma queda de R$ 1,9 bilhão anuais no PIB do estado. Em termos de dependência, o mercado dos Estados Unidos representa 11,2% das exportações das indústrias de transformação do Rio Grande do Sul.
A Fiergs também defendeu que sejam adotadas medidas internas para tratar dos efeitos. Entre elas está a facilitação de crédito e capital de giro para as empresas, incentivo à manutenção de empregos, abertura de novos mercados e reforço de mecanismo de reintegração tributária.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já confirmou que o Executivo está preparando um plano de contingência em que uma das ações em discussão é a ajuda financeira para empresas afetadas. A decisão sobre como o governo vai atuar nesses casos deve passar pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conforme informou o ministro.
Os encontros entre o governo federal e diferentes áreas do setor privado brasileiro têm acontecido desde a semana passada. Também nesta segunda-feira, 21, Alckmin realizou uma reunião com empresas americanas de tecnologia, como Visa, Meta, Apple, Google e Expedia.

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