Agropolítica
Conab anuncia intenção de comprar cerca de 200 mil toneladas de arroz
Operações de contrato de opção devem acontecer para a safra 25/26; preços e datas de entrega ainda dependem de portaria interministerial

Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
01/09/2025 - 15:09

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá fazer uma terceira rodada de contratos de opção de venda de arroz. A expectativa é de que, dessa vez, a estatal possa negociar aproximadamente 200 mil toneladas.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 1º, durante a Expointer, em Esteio (RS). Ao todo, o governo pretende destinar cerca de R$ 300 milhões para fazer a compra de arroz referente à safra 2025/2026. “Antes mesmo do produtor de arroz semear, botar a semente na terra, ele já está sabendo [que vai vender ao governo federal]”, destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
O mecanismo permite que os arrozeiros firmem um contrato para fornecer arroz para os estoques públicos da Conab. Porém, o produtor não é obrigado a executar o contrato. Se, na época do vencimento, os preços estiverem melhores do que o acordado no contrato, o produtor pode optar por não vender à estatal, por exemplo.
Apesar disso, a Conab não informou as condições, ou seja, os preços que serão pagos e as datas de entrega. Segundo a companhia, isso ainda está sendo definido e depende da publicação de uma portaria interministerial e dos editais dos leilões.
Em 2024, os leilões tiveram um preço 20% acima do preço mínimo – o arroz foi negociado a R$ 87 a saca de 50 quilos. Neste ano, a Conab fez mais uma rodada de leilões a pedido do setor arrozeiro. O preço pago foi de R$ 73,48 e R$ 73,95, dependendo do vencimento.
Conforme o último levantamento de safra da estatal, o Brasil deve produzir 12,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025 (+16,5%). Somente o Rio Grande do Sul será responsável por 8,3 milhões de toneladas.
Setor diz que haverá redução de área e quer proteção do governo
Apesar da boa colheita na safra 2024/2025, os produtores de arroz estão preocupados. Os preços caíram devido a um aumento da oferta mundial de arroz. Além disso, países vizinhos como Paraguai e Argentina têm tido custos de produção mais favoráveis. Como mostrado pelo Agro Estadão, a intenção do setor é pedir ao governo a aplicação de medidas protetivas, como cotas e restrições a produtos usados nos países vizinhos, mas proibidos no Brasil.
O cenário econômico para o setor, com crédito rural mais caro e endividamento, também tem contribuído. O resultado é uma expectativa de redução de área.

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