Agropolítica
Banco do Brasil anuncia R$ 260 bilhões para financiar a safra 2024/2025
Durante o evento o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros

Rafael Bruno
05/07/2024 - 15:04

O Banco do Brasil anunciou nesta sexta-feira, 5, R$ 260 bilhões de reais para o financiamento da safra 2024/2025, um aumento de 13% em relação à temporada passada.
Conforme divulgado nesta manhã, os agricultores familiares e médios produtores contarão, inicialmente, com R$ 50 bilhões, um crescimento de 44% em relação à safra passada. Além disso, a agricultura empresarial terá R$142 bilhões, um aumento de 10%.
Para o custeio, serão destinados R$119 bilhões (+17%). As operações de investimento, que levam tecnologia ao campo, receberão R$44 bilhões (+28%). Outros R$29 bilhões estão destinados para comercialização e industrialização (+4%), enquanto títulos, crédito agroindustrial e giro terão R$40 bilhões (+6%).
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou o recorde do banco alcançado na safra passada. “Desembolsamos R$230 bilhões neste último ano safra, com crescimento de 17% em relação à safra 2022/2023, sendo o maior valor da história. Além disso, executamos todo o volume equalizado designado pelo governo federal”, disse Tarciana, reforçando a expectativa de que no atual ciclo agrícola a instituição financeira bata um novo recorde.
As taxas de juros seguirão os padrões definidos pelo Plano Safra 2024/2025 anunciado nesta semana pelo governo federal.
Representando o ministério da Fazenda, durante o lançamento do plano safra do BB, Gilson Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais da pasta, destacou o papel do banco pelo desempenho durante a safra 23/24, conforme ele a instituição foi uma das que mais aplicou os recursos do programa agrícola durante a temporada passada, performance avaliada positivamente pela equipe econômica durante a construção do recém-lançado plano safra.
“Importante dizer, neste ano, na hora que a gente foi distribuir a subvenção a gente olhou não só os custos, mas a performance, o Banco do Brasil teve uma evolução bastante significativa […] a participação do Banco do Brasil ultrapassa 50%, seja da agricultura familiar, seja da empresarial”, destacou o subsecretário da Fazenda.
Bittencourt enfatizou o papel da instituição financeira e o desafio, segundo ele, em “fazer com que o maior plano safra da história chegue a todos os produtores em um maior número de regiões”.
Também presente na cerimônia, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou a destinação de recursos por parte do Banco do Brasil, que nesta temporada terá maior disponibilidade. Segundo o ministro, no ciclo anterior o banco não teve a destinação equiparada a sua representatividade, fato corrigido nesta temporada. “O que aconteceu, que o banco, que tem maior capilaridade, que está em 5 mil e poucos municípios brasileiros, talvez não tenha sido tão justo essa distribuição no ano passado, e alguns produtores chegavam ao Banco do Brasil e não tinha mais recursos […] mas isso agora é novidade, foi permitido corrigir isso, quem mais performou, tem mais recursos,” comemorou Fávaro.
Carlos Fávaro diz que Selic é culpada por Plano Safra 2024/2025 não ter juros menores

O ministro da Agricultura também aproveitou a ocasião para ressaltar que o programa agrícola do governo federal para o ciclo 24/25 foi lançado em um momento onde os custos de produção estão 23% menores. Fávaro voltou a citar o atual patamar da Selic, em 10,50% a.a, como uma taxa excessiva.
Carlos Fávaro disse que os recursos e as taxas do atual plano buscaram atender as demandas “apesar das taxas excessivas da Selic, num descompasso entre a inflação e a estabilidade monetária e taxas de 10 e meio ao ano […] nós temos juros reais muito altos, isso que é o impeditivo de fazermos juros ainda mais baratos”.
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Agropolítica
1
ITR 2025: entrega começa em agosto com novidades
2
MST invade área do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul
3
Governo descarta preços de exportação em compras de socorro ao tarifaço
4
Ministério decide não aplicar medidas antidumping sobre leite em pó argentino e uruguaio
5
Com frete 40% menor, Ferrogrão está parado no STF há três anos; entenda o caso
6
Governo anuncia pacote de R$ 30 bi para exportadores afetados por tarifa dos EUA

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Agropolítica
Tereza Cristina: 'falta vontade política' para votar vetos do licenciamento ambiental
A senadora destacou, ainda, que taxação de LCAs pode ser negociada, mas que Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vê riscos

Agropolítica
Mercosul e Canadá retomam negociações de livre comércio
Brasil e Canadá planejam missão comercial em Toronto em setembro e reunião de chefes do Mercosul em outubro

Agropolítica
MST invade área do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul
Movimento reivindica avanço nas negociações sobre área indicada ao Incra em 2024; BB diz que não detém a posse e nem a disponibilidade do imóvel

Agropolítica
Governo federal destina R$ 21,7 milhões para equalizar preços de feijão
Medida assinada por quatro ministérios é voltada, exclusivamente, à produção de estados da região Sul destinada ao consumo interno
Agropolítica
Governo descarta preços de exportação em compras de socorro ao tarifaço
Simplificação das aquisições públicas é uma das medidas emergenciais para aliviar situação de produtores rurais
Agropolítica
Leilões da Conab negociam 109,2 mil toneladas de arroz
Ao todo foram firmados 4.044 contratos, com vencimentos para setembro e outubro deste ano
Agropolítica
Governo divulga regras para acessar crédito de socorro ao tarifaço; confira condições
Para conseguir financiamento, empresas deverão ter perdido pelo menos 5% do faturamento com exportações para os EUA e cumprir contrapartida
Agropolítica
Nova fase da Operação Big Citros busca conter avanço do greening no Paraná
Ação vai até o próximo dia 29 de agosto em pomares de tangerina dos municípios de Cerro Azul e Doutor Ulysses, no Vale do Ribeira