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Agropolítica

Acionar OMC contra tarifa dos EUA sobre aço e alumínio é uma possibilidade, diz Alckmin

Governo brasileiro critica medida unilateral, destaca impacto sobre exportações brasileiras e reforça diálogo com Washington para reverter taxação de 25%

Paloma Custódio | paloma.custodio@estadao.com e Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadao.com | Brasília

12/03/2025 - 15:27

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse que existe a possibilidade de o Brasil acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para defender os interesses nacionais. “Nós defendemos multilateralismo e complementação econômica, e a OMC existe para isso, para estabelecer regras que devem ser regras gerais para todos”, declarou a jornalistas da TV Globo e Folha de S. Paulo na sede da Vice-Presidência.

Segundo o ministro, a taxa norte-americana de 25% sobre a importação do aço e do alumínio, válida a partir desta quarta-feira, 12, não foi uma medida tomada diretamente contra o Brasil, mas, sim, contra o mundo inteiro. “O Brasil não é problema dos Estados Unidos. Eles têm um superávit produtivo. Segundo dados deles, superou US$ 7 bilhões de dólares só em bens, fora a área de serviços”, destaca.

No caso do aço, Alckmin destaca que o Brasil é o terceiro maior comprador de carbono siderúrgico nos Estados Unidos, material usado na produção de aço semielaborado. Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em 2024, o país importou US$ 1,2 bilhão desse material dos EUA. Ao mesmo tempo, o Brasil se consolidou como o principal fornecedor de aço semiacabado para o mercado norte-americano, exportando US$ 2,2 bilhões — o equivalente a 60% das importações dos EUA nesse segmento. “Você compra o carbono siderúrgico, faz o semielaborado e vende para os Estados Unidos fazer o elaborado. Então, é uma complementariedade na indústria”, reforça.

O vice-presidente disse ainda que, nas próximas semanas, o governo brasileiro deve aprofundar o diálogo sobre o assunto com os Estados Unidos. “Isso encarece produtos e dificulta o comércio. É uma medida tomada de natureza unilateral. E o Brasil avaliará também outras medidas a serem tomadas”, afirma.

MRE e MDIC lamentam taxação das importações americanas do aço

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota conjunta com o MDIC lamentando a decisão de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos EUA. Segundo o comunicado, tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras do setor para os EUA, que, em 2024, alcançaram US$ 3,2 bilhões.

“O governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países”, destaca a nota.

O governo informa ainda que, em conjunto com o setor privado, buscará defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos. “Em reuniões já previstas para as próximas semanas, [o governo] avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”, informa.

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