Agricultura
O fruto amazônico de vagens que chegam a 1 metro de comprimento
Fruto amazônico contribui para alimentação, biodiversidade e recuperação de áreas degradadas
Redação Agro Estadão*
18/10/2025 - 05:00

O ingá, fruto originário da Amazônia, é um fruto versátil que oferece múltiplos benefícios, desde a alimentação humana e animal até a recuperação de áreas degradadas. Suas vagens podem chegar a até 1 metro de comprimento e são recheadas de sementes nutritivas.
Ao incorporar o ingá em suas práticas agrícolas, os agricultores podem melhorar a produtividade do solo, aumentar a biodiversidade e criar novas fontes de renda.
Características do ingá
O ingá pertence à família das leguminosas, um grupo de plantas conhecido por sua capacidade de fixar nitrogênio no solo, melhorando naturalmente sua fertilidade. No Brasil, existem diversas espécies de ingá, cada uma com características únicas.
Entre as mais relevantes para o contexto rural, destacam-se o ingá-edulis, ingá-vera e ingá-cipó.
O ingá-edulis tem formato alongado de seus frutos, é a espécie mais cultivada e apreciada. Caracteriza-se por seu crescimento rápido, copa densa e notável adaptabilidade a diferentes tipos de solo e clima.
Seus frutos, que podem atingir até um metro de comprimento, contêm uma polpa branca, doce e farinácea que envolve as sementes, tornando-a muito apreciada para consumo in natura.
O ingá-vera, por sua vez, é uma árvore de médio porte, com folhas compostas e flores brancas atrativas. Seus frutos são menores em comparação com o ingá-edulis, mas igualmente saborosos.

Esta espécie é frequentemente encontrada às margens de rios e córregos, desempenhando um papel importante na proteção de recursos hídricos.
Já o ingá-cipó, embora menos conhecido, possui características que o tornam valioso para sistemas agroflorestais. Suas vagens são menores, mas a árvore oferece excelente sombreamento e contribui significativamente para a melhoria do solo.
A diversidade genética do ingá permite sua adaptação a diferentes ecossistemas brasileiros, desde a Amazônia até regiões de Mata Atlântica e Cerrado. Esta versatilidade torna o ingá uma opção atraente para produtores rurais em diversas regiões do país.
O potencial do ingá para o agronegócio
Ingá na alimentação humana e animal

O ingá oferece benefícios nutricionais tanto para humanos quanto para animais. Para as pessoas, o fruto serve como uma fonte complementar de alimento, rico em vitaminas e minerais. Sua polpa adocicada pode ser consumida fresca ou utilizada no preparo de sucos e doces.
No entanto, é na alimentação animal que o ingá revela seu verdadeiro potencial. As folhas e, em algumas espécies, as cascas, são excelentes fontes de proteínas e minerais para o gado e outros animais de criação.
Em períodos de seca, quando a forragem tradicional escasseia, o ingá pode funcionar como um “banco de proteína” natural, reduzindo a necessidade de suplementação alimentar e, consequentemente, os custos de produção.
A inclusão do ingá na dieta animal diversifica a alimentação e pode melhorar a saúde do rebanho. O consumo de folhas de ingá pode auxiliar no controle de parasitas internos em ruminantes, oferecendo uma abordagem natural para o manejo sanitário.
O papel do ingá em sistemas agroflorestais (SAFs) e recuperação de áreas
O ingá desempenha um papel fundamental em sistemas agroflorestais e na recuperação de áreas degradadas. Como leguminosa, fixa nitrogênio atmosférico no solo através de suas raízes, enriquecendo-o naturalmente.
Esta característica torna o ingá um componente valioso em SAFs, onde pode ser consorciado com culturas como café, cacau e banana.
Nestes sistemas, o ingá proporciona sombreamento adequado, protege contra os ventos fortes e contribui para a ciclagem de nutrientes.
Sua presença melhora a estrutura do solo, aumenta a retenção de água e favorece a biodiversidade, criando um ambiente mais resiliente e produtivo.
Na recuperação de áreas degradadas, margens de rios e nascentes, o ingá se destaca como espécie pioneira. Seu crescimento rápido e capacidade de melhorar as condições do solo fazem dele uma escolha excelente para projetos de restauração ecológica.
Outros usos do ingá: madeira, sombra e serviços ecossistêmicos

Além de seus usos na alimentação e recuperação ambiental, o ingá oferece outros benefícios práticos para a propriedade rural.
Sua madeira, dependendo da espécie e do manejo adequado, pode ser utilizada para fins rurais como mourões, lenha ou em construções leves.
A copa densa do ingá proporciona sombra valiosa, melhorando o conforto térmico dos animais e favorecendo o desenvolvimento de culturas que preferem ambientes parcialmente sombreados.
Esta característica é particularmente útil em sistemas silvipastoris, onde o bem-estar animal se traduz em maior produtividade.
Os serviços ecossistêmicos prestados pelo ingá são numerosos. Suas raízes profundas auxiliam no controle da erosão do solo, enquanto suas flores atraem polinizadores, beneficiando outras culturas na propriedade.
A presença do ingá também contribui para a melhoria da qualidade do ar e para o aumento da biodiversidade local, criando habitats para diversas espécies de aves e insetos benéficos.
Ao incorporar o ingá em suas práticas agrícolas, os produtores rurais não apenas diversificam sua produção, mas também contribuem para a construção de um modelo de agricultura mais resiliente e em harmonia com o meio ambiente.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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