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Governo de SP fecha acordo internacional para implantar políticas para biogás

Parceria com a World Biogas Association (WBA) será anunciada oficialmente nesta quinta-feira, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente

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Igor Savenhago | Ribeirão Preto (SP)

04/06/2025 - 14:18

Planta de produção de biometano do Grupo Solví e MDC Energia, em Caieiras, São Paulo. Foto: Semil/Divulgação
Planta de produção de biometano do Grupo Solví e MDC Energia, em Caieiras, São Paulo. Foto: Semil/Divulgação

O governo paulista anunciou um acordo internacional visando à implantação de um conjunto de políticas voltadas a acelerar o desenvolvimento da indústria de biogás no estado. A parceria, firmada por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutiura e Logística (Semil) e da World Biogas Association (WBA), será oficializada nesta quinta-feira, 5, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. 

Segundo a secretária da pasta, Natália Resende, o ato integra as diretrizes estabelecidas pelo Plano Estadual de Energia 2050 (PEE 2050), estabelecido em 2023, que pretende impulsionar o uso de energias limpas e renováveis em São Paulo até que se alcance um nível de emissão de carbono na atmosfera — o principal vilão do efeito estufa — próximo de zero. “Com este acordo com a WBA, almejamos trazer investidores internacionais, mais capacitações e promover uma troca de boas práticas e de melhorias regulatórias para o setor”, afirma Natália. 

O biogás é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica. Dele, deriva o biometano, combustível semelhante ao gás natural que pode ser usado para movimentar veículos e para a geração de energia em indústrias, com a vantagem de que se alinha às políticas de energia verde por reduzir as emissões de gases poluentes. 

Natália explica que o estado, que já possui 60% da matriz energética proveniente de fontes renováveis — contra 48% do país e 15% do mundo — tem potencial para produzir 6,4 milhões de metros cúbicos de biometano por dia. Desse total, 84% viriam do setor sucroenergético, a partir de resíduos da fabricação de açúcar e etanol, principalmente a vinhaça, e os outros 16% de rejeitos domésticos — o lixo comum. 

Por meio do Programa Integra Resíduos, gerido pela Semil com a adesão de mais de 300 municípios, de acordo com a secretária, deverão ser formados três blocos de consórcios para receber projetos de produção de biogás e biometano a partir do lixo. “Estamos terminando de fazer a contratação dos consultores que vão nos permitir modelar PPPs [Parcerias Público-Privadas] e concessões para gerar biogás de resíduos”, afirma Natália. 

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BIOGÁS
Natália Resende: “Acordo com a WBA vai permitir trocas de boas práticas para o setor”. Foto: Semil/Divulgação

Neste sentido, na visão dela, a parceria com a WBA, estratégica para a transição energética no estado, também estimula a economia circular — sistema que busca reutilizar recursos dentro de um ciclo fechado de produção e, com isso, reduzir o desperdício e, consequentemente, o impacto ambiental. 

“Esperamos somar esforços e ganhar eficiência em prol de políticas públicas que ampliem a produção de biogás no estado e, dessa forma, criem um ambiente para novas oportunidades de negócios e geração de emprego e renda”, declara Natália. 

Descarbonização pode atingir 16% da meta

Os números sobre o potencial de produção diária de biometano em São Paulo foram estimados em um estudo da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp). A capacidade total, de 6,4 milhões de metros cúbicos por dia, corresponde a sete vezes a produção atual — inferior a um milhão de metros cúbicos/dia. 

Se todo o potencial for atingido, será equivalente a quase metade do que se consome de gás natural no território paulista e a 25% do diesel utilizado pela frota, especialmente de veículos pesados. O estudo aponta, ainda, que a cadeia de produção do biometano pode gerar até 20 mil empregos, diretos e indiretos. 

Além da Semil, o levantamento contou com o apoio das secretarias de Desenvolvimento Econômico, por meio do InvestSP, e de Agricultura e Abastecimento, e procurou identificar possíveis barreiras para o desenvolvimento da indústria de biogás e biometano no estado e, ainda, cenários potenciais para incentivar a implementação de políticas públicas.  

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Entre os resultados, apontou que só a substituição do diesel pelo biometano pode reduzir a emissão de 5,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) até 2025, o que representaria 3,7% da meta estipulada pelo Plano Estadual de Energia. E, se for considerado todo o ciclo — do uso de resíduos na produção até a adoção do biometano nos transportes —, a redução poderia atingir 16% da meta, ou 24,5 milhões de tCO2e. 

Lançamento de aplicativo

Outro lançamento previsto para este dia 5 de junho é um aplicativo para celular, cuja proposta é favorecer novos projetos no setor por meio de conexões entre produtores de biometano, comercializadores, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos e bancos que financiem investimentos na área. O Conecta Biometano estará disponível a partir desta quinta-feira para download gratuito. 

“Sentimos a necessidade de ter mais clareza sobre quem são os players dessa cadeia, além de promover conexão entre eles para melhorar a articulação e a governança. O aplicativo vai possibilitar saber em que regiões eles estão e, assim, que consigam se articular entre eles e deles com o governo”, explica Natália. 

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