SP e Banco Mundial anunciam R$ 1,1 bilhão para o agro sustentável

Com duração de seis anos, programa visa aumentar renda de produtores familiares e melhorar infraestrutura de cooperativas e agroindústrias

Redação Agro Estadão

19/08/2025 - 18:04

Programa deve beneficiar 120 mil produtores rurais em São Paulo - Foto: Adobe Stock

O governo de São Paulo, em parceria com o Banco Mundial, lançou um programa de investimentos de R$ 1,1 bilhão para impulsionar a produção rural sustentável no estado. Do total, R$ 800 milhões virão do banco internacional e R$ 300 milhões do Tesouro Estadual. O aporte integra o Projeto Agro Paulista Mais Verde – Microbacias III.

Gerido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), via Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), o programa terá duração de seis anos, com o intuito de beneficiar mais de 120 mil produtores por meio do aumento da renda da agricultura familiar e de melhorias na infraestrutura de cooperativas e agroindústrias.

Segundo o secretário da pasta, Guilherme Piai, a proposta é fortalecer a produção, a gestão e a organização das propriedades rurais. “Em 2024, apresentamos ao Banco Mundial, durante missão na Europa, o potencial do agro paulista em tecnologia, sustentabilidade e segurança alimentar. Agora, temos o projeto aprovado, que é apenas a primeira conquista”, disse, em nota.

O programa

O Microbacias III será voltado ao aumento de produtividade, recuperação de áreas degradadas e promoção do uso de tecnologias sustentáveis. Entre as metas, estão a recuperação de 1 milhão de hectares, capacitação de 15 mil produtores, incentivos a 420 cooperativas e associações, inclusão produtiva de 5 mil mulheres e jovens, e apoio a projetos de comunidades tradicionais.

O programa seguirá normas do Banco Mundial. Além da CATI, que será responsável pela execução, haverá o apoio da Diretoria de Defesa Agropecuária e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Para o diretor da CATI, Ricardo Pereira, “a aprovação é uma conquista histórica e celebra os 58 anos da instituição, sempre ao lado das famílias rurais”.

O Microbacias III dá continuidade a um programa que começou no ano 2000. Na primeira fase, que foi até 2008, atuou em 970 microbacias, envolvendo 69.997 produtores em ações de conservação ambiental e manejo sustentável, em mais de 3,3 milhões de hectares distribuídos em 514 municípios. Já a segunda, de 2011 a 2018, focou no acesso a mercados, recuperação de estradas rurais e modernização da CATI.

Para João Brunelli Júnior, engenheiro agrônomo e responsável técnico do Microbacias III, o novo projeto representa “um impulso transformador, unindo tecnologia, sustentabilidade e organização social para fortalecer a economia local”.