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Bioinsumos combinam sustentabilidade com economia
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Bioinsumos combinam sustentabilidade com economia

Desenvolvimento e aplicação de produtos de origem biológica no agronegócio devem se expandir com o novo marco legal

15/09/2025 - 07:17 | Por: Estadão Blue Studio e Faesp

Foto: Adobe Stock

Bioinsumos combinam sustentabilidade com economia

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    O agronegócio está diante de uma revolução em andamento: a perspectiva de ampla adoção dos bioinsumos, produtos de origem biológica que podem substituir insumos químicos sintéticos em várias etapas da atividade agropecuária. Projeta-se que a adoção em larga escala dessas matérias-primas naturais – produzidas a partir de extratos de plantas, microrganismos e substâncias derivadas de animais, entre outras possibilidades – tem potencial para conciliar o menor impacto ambiental com vantagens econômicas, como a redução dos investimentos e o aumento da produtividade.

    O Brasil deve registrar significativos avanços no tema depois da sanção pelo presidente Lula, em dezembro, da Lei de Bioinsumos (nº 15.070/2024), que agora está em fase de regulamentação. “Temos acompanhado de perto esse assunto, que consideramos estratégico para o agronegócio paulista, mas ações mais estruturadas só poderão ocorrer com o marco legal consolidado, o que representará uma baliza adequada para as iniciativas isoladas que vinham sendo desenvolvidas”, avalia Cláudio Brisolara, gerente técnico e econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).

    Já está definido, no entanto, que bioinsumos comporão uma das áreas trabalhadas no Centro de Excelência em Tecnologia Rural que a Faesp está construindo em São Roque (SP). O objetivo da nova estrutura é impulsionar novas metodologias para a produção agropecuária, com foco especial em proporcionar aos pequenos e médios produtores o acesso a soluções tecnológicas avançadas e mais sustentáveis.

    Com inauguração prevista para o ano que vem, o Centro de Excelência terá 8 mil m2 de área construída em uma fazenda de 59 hectares que pertence ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar SP), promotor da iniciativa. Com a regulamentação do marco legal, o Senar projeta ampliar a oferta de cursos relacionados a bioinsumos dentro de seu portfólio, que conta atualmente com 400 opções de formação, aprimoramento e gestão para os produtores rurais paulistas. Esse encaminhamento está alinhado à proposta da nova legislação de estimular a produção de bioinsumos “on farm” – ou seja, em propriedades de qualquer porte, com a devida segurança jurídica para que os produtores fabriquem seus próprios bioinsumos, desde que obedecidas as regras de biossegurança.

    O Centro de Excelência de São Roque fomentará o desenvolvimento de startups e estabelecerá parcerias com instituições de pesquisa que já estão fortemente voltadas aos bioinsumos. É o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cuja divisão Embrapa Agroenergia tem 40% da sua carteira de projetos voltada ao desenvolvimento de bioinsumos, dentro do portfólio de “Economia Verde” da instituição.

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    Acesso amplo

    A Lei dos Bioinsumos estabelece a criação do Sistema Nacional de Bioinsumos (SNBio), com diretrizes para pesquisa, produção, registro, comercialização e uso desses produtos no Brasil. Entre os pontos favoráveis trazidos pela legislação, está a desburocratização do registro, com processos de liberação mais ágeis e simples em relação a insumos químicos, o que facilitará o acesso de pequenos e médios produtores às tecnologias biológicas.

    A expectativa é de que os bioinsumos reduzam a dependência de insumos químicos, tanto em termos de nutrição vegetal quanto no combate a pragas e doenças, já que podem substituir fertilizantes, defensivos e promotores de crescimento de origem sintética. “Além dos benefícios ambientais, é esperado que a adoção de bioinsumos envolva também redução de custos para os produtores, fator essencial para viabilizar sua ampla disseminação”, diz Brisolara.

    Outros efeitos positivos em potencial são o aumento da saúde do solo, a maior resistência das plantas e o estímulo à agricultura regenerativa, favorecendo práticas como a rotação de culturas. Por atuarem de forma mais natural e variada, os bioinsumos reduzem o surgimento de pragas resistentes aos defensivos tradicionais. Do ponto de vista econômico, sabe-se que produtos com menos resíduos químicos ganham cada vez mais valor no mercado, especialmente em exportações para países com exigências ambientais rigorosas. “O novo marco legal é um passo fundamental para que o Brasil possa se tornar um grande fornecedor global de bioinsumos”, projeta o líder da área técnica e econômica da Faesp.

    Os bioinsumos ganham papel estratégico especialmente relevante no Brasil, que desponta como líder global em biodiversidade – tem a maior reserva de recursos genéticos do planeta, graças à diversidade de espécies vegetais e animais encontradas em seus diferentes biomas. Como maior centro de pesquisa e inovação no País, o Estado de São Paulo desempenha protagonismo nesse processo, com centros de pesquisa que lideram a produção e o registro de bioinsumos, ao mesmo tempo que cooperativas, agroindústrias e empresas paulistas já os estão incorporando em suas rotinas produtivas.

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    Publicado em : 15/09/2025 - 07:17

    Por: Estadão Blue Studio e Faesp - 4 minutos de leitura

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