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Sustentabilidade

Codevasf planeja entregar 118 mil hectares de área irrigada em 10 anos

Projetos de irrigação atuais geraram mais de R$ 8 bilhões em produtos agrícolas

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Daumildo Júnior | Petrolina (PE) | daumildo.junior@estadao.com*

05/04/2025 - 08:00

Projeto de Irrigação Nilo Coelho capta água do São Francisco nos municípios de Petrolina (PE) e Casa Nova (BA).  Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão
Projeto de Irrigação Nilo Coelho capta água do São Francisco nos municípios de Petrolina (PE) e Casa Nova (BA). Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) apresentou o balanço das áreas irrigadas atendidas pela estatal na última semana. O presidente da Companhia, Marcelo Moreira, adiantou que nos próximos oito a dez anos serão entregues ao menos 118 mil hectares a mais de terras com infraestrutura própria para a irrigação. 

Essas novas áreas estão espalhadas por sete projetos de irrigação coordenados pela empresa nos estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais. Dois já estão em processo de implementação e a expectativa é que comecem a operar até o final do próximo ano. O mais adiantado é o projeto do Baixio do Irecê, na Bahia — a primeira concessão de um projeto de irrigação pública, onde são esperados 50 mil hectares irrigados. 

Os demais perímetros de irrigação são:

  • Jequitaí (MG) — com 10 mil hectares;
  • Etapas 3 e 4 do Jaíba (MG) — 10 mil hectares;
  • Iuiú (BA) — 25 mil hectares;
  • Santa Brígida (BA) — 10 mil hectares;
  • Tapera-Carneiro (AL) — 10 mil hectares;
  • Etapa Norte do Pontal (PE) — 3 mil hectares. 

“São projetos baseados em estudos técnicos que levam em consideração clima, aptidão produtiva da região, topografia, questões de escoamento da produção, e são projetos que vão dar certo e vão gerar muitos empregos e produzir alimentos. Irrigação sempre foi uma das nossas prioridades. E nós temos a consciência de que é uma ação que gera desenvolvimento e que a gente precisa”, destaca o presidente ao Agro Estadão.

De acordo com a Codevasf, os estágios de andamento dos projetos são distintos. Além do perímetro em Baixio do Irecê, o projeto do Jequitaí também já foi concedido. Os outros estão em processo de estudo ou modelagem de concessão. Iuiú tem previsão de leilão da concessão para o primeiro trimestre de 2026. 

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A concessão foi a forma que a estatal encontrou para dar andamento na política de promoção da agricultura irrigada, explica a diretora de Irrigação da Codevasf, Alessandra Cristina Rossin. Isso porque, apesar de ter as áreas, a estatal não possui recursos próprios para fazer as obras. Por isso, a tendência é que os próximos projetos sejam feitos em parceria com a iniciativa privada. 

“Normalmente é assim: ele [setor privado] faz a exploração da venda de água e de área por um período, e, em contrapartida, ele conclui ou faz a infraestrutura [canais, adutoras, bombas de captação e barragens] necessária para as áreas de irrigação”, comenta a diretora.

R$ 8,15 bilhões em produção agrícola

Atualmente, a Codevasf tem 39 perímetros de irrigação que juntos somam 143,2 mil hectares. Desses, 125,4 mil hectares estão sendo utilizados para cultivo de mais de 50 culturas. Segundo a estatal, o Valor Bruto de Produção (VBP) foi de R$ 8,15 bilhões em 2024. Um crescimento de 42% em relação ao ano anterior. 

presidente Codevasf Marcelo Moreira
Marcelo Moreira atribui crescimento à tecnologias de produção e ao mercado externo favorável. Foto: Codevasf/Divulgação

Aproximadamente 50% desse valor veio da plantação de uvas, especialmente, nos projetos de irrigação que utilizam a água do São Francisco na altura das cidades de Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Casa Nova (BA). O presidente da Codevasf justifica esse aumento devido ao volume de exportações da fruta e do câmbio favorável. 

“Além de toda a parte de investimento em tecnologia dos produtores, existe a questão do mercado externo, já que de 20% a 30% das uvas são exportadas. Houve conjunturas internacionais que elevaram o preço para exportação no ano passado”, comenta.

Entre os 39 projetos, o projeto de irrigação Nilo Coelho, em Petrolina e Casa Nova, teve o maior VBP registrado, com R$ 4,5 bilhões. Entre as culturas, depois da uva, a manga (18%), banana (15%), cana-de-açúcar (3%) e goiaba (2%) foram as principais responsáveis pelo Valor Bruto de Produção das áreas irrigadas. Todas as culturas somaram mais de 4,4 milhões de toneladas de alimentos e geraram cerca de 356 mil empregos diretos ou indiretos, segundo a Codevasf. 

*Jornalista viajou a convite da Codevasf 

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