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Economia

Vendas internacionais de café batem recorde nos 7 primeiros meses do ano

Café canéfora teve alta de 313,7% no volume comercializado; exportações de especiais e solúvel também cresceram

3 minutos de leitura 12/08/2024 - 16:27

Por: Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

Foto: Adobe Stock
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De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 28,146 milhões de sacas de café, o que representa um recorde para o período. Recorde também quando se trata de receita, que alcançou US$ 6,277 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda, 12, no relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). 

Na comparação entre os sete primeiros meses de 2023 e de 2024, a alta neste ano é de 46,3% em volume e de 50% em receita. Anteriormente, o recorde no volume era de 23,852 milhões de sacas registradas entre janeiro e julho de 2021, enquanto o recorde de faturamento era de US$ 5,252 bilhões verificados nesse período em 2022. 

Na análise de julho, mês que também marca o início do ano safra 2024/2025, as vendas para o mercado externo foram de 3,774 milhões de sacas de 60 quilos. As negociações somaram US$ 932,5 milhões. No comparativo com o mesmo intervalo de tempo em 2023, o crescimento em volume foi de 25,7%, e em receita foi de 47,9%.

Cafés especiais e solúvel também cresceram  

Os cafés especiais, ou seja, que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis, representam 18,5% do total exportado nos sete primeiros meses do ano (cerca de 5,22 milhões de sacas). Nesse segmento, também houve uma alta significativa de 66,2% frente ao mesmo período de 2023. Quanto à receita, essa quantidade gerou US$ 1,284 bilhão, cerca de 20,5% de todo o faturamento do período e 66% a mais em relação ao acumulado de janeiro a julho de 2023.

Outro café que teve crescimento nas exportações foi o solúvel. Ao todo, nesses sete meses, 2,29 milhões de sacas foram comercializadas com países estrangeiros, o que é 8,1% do total exportado e 4% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. 

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O café arábica continua sendo o tipo mais vendido, com 20,652 milhões de sacas nos sete meses do ano (+31,1%). Já o café canéfora, que contempla robusta e o conilon, teve um aumento nas exportações de 313,7% se comparado ao mesmo período de 2023. Na soma, foram embarcados 5,178 milhões de sacas desse café. 

“Nossos cafés conilon e robusta permanecem em destaque no acumulado deste ano, ocupando os espaços deixados pela menor oferta dos principais concorrentes, como Vietnã e Indonésia, e favorecidos pela boa safra de 2023 e pelos volumes já colhidos neste ano. Assim, os canéforas brasileiros são importados, inclusive, por vietnamitas e indonésios”, destacou em nota o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.

Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, comenta resultados.

Dez principais compradores do café brasileiro ampliaram as negociações

Segundo a entidade, os dez primeiros colocados no ranking de compradores do café brasileiro elevaram as aquisições do grão. Confira a lista dos acumulados adquiridos nos últimos sete meses. 

  • Estados Unidos: 4,516 milhões de sacas (+31,1%)
  • Alemanha: 4,027 milhões de sacas (+77%)
  • Bélgica:  2,711 milhões de sacas (+156,3%)
  • Itália: 2,218 milhões de sacas (+48,6%).
  • Japão: 1,311 milhão de sacas (+6%).
  • Espanha: 929.055 sacas (+92,43%)
  • Países Baixos/Holanda: 897.463 sacas (+46,02%)
  • Reino Unido: 831.607 sacas (+97,22%)
  • Turquia: 758.412 sacas (+12,72%)
  • Coreia do Sul: 635.510 sacas (+33,13%)

O presidente da entidade também comentou os atrasos nos portos, mas disse que apesar dos gargalos logísticos, o Brasil vem conseguindo atender a demanda global. “Os atrasos e alterações de escala nos navios para embarques de café permanecem intensos. De acordo com o Boletim Detention Zero, elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 675 navios destinados à exportação do produto sofreram adiamentos no segundo trimestre de 2024, ou 56% dos 1.211 porta-contêineres movimentados no acumulado de abril ao final de junho”, lembrou Ferreira.

O Porto de Santos figura como a principal rota de saída do café, com 19,327 milhões de sacas escoadas por lá entre janeiro e julho deste ano. O complexo do Rio de Janeiro (7,947 milhões de sacas) e o Porto de Paranaguá (217.249 sacas)  são as outras vias principais de escoamento do grão.

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