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Economia

Soja: redução das taxas de exportações na Argentina desafia vendas brasileiras

Corte nas taxas, conhecidas como retenciones, deve aumentar a competitividade do produto argentino e diminuir a participação do Brasil nos embarques de óleo e farelo de soja

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Sabrina Nascimento | São Paulo

24/01/2025 - 13:40

Foto: Adobe Stock
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O governo da Argentina anunciou que irá reduzir as retenciones sobre os principais produtos agrícolas do país. A medida deve entrar em vigor na segunda-feira, 27, com prazo até o final de junho deste ano. 

Pelo tempo determinado, a redução será aplicada da seguinte maneira:

  • Soja: de 33% para 26%
  • Derivados de soja: 31% para 24,5%
  • Trigo: 12% para 9,5%
  • Milho, cevada e sorgo: 12% para 9,5%
  • Girassol: 7% para 5,5%. 

Com essa decisão, o governo argentino visa a aumentar a competitividade das exportações do país, o que representa um desafio ao agro do Brasil, especialmente ao complexo soja. 

“A Argentina é o maior país exportador de farelo de soja e óleo de soja. Eles perderam o posto há uns 2, 3, quando teve uma quebra de safra importante no país e o Brasil se beneficiou. Mas agora, com a tendência de uma safra cheia ou com poucas perdas, a Argentina deve voltar a esmagar mais, oferecendo mais farelo e óleo para o mercado internacional”, explica Luiz Fernando Gutierrez Roque, coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint. 

Segundo ele, esse aumento da competitividade do produto argentino, tende a diminuir a parcela de outros países competidores, como o Brasil e os Estados Unidos.

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Em levantamento recente, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estimou crescimento na produção de farelo e óleo de soja no Brasil em 2025 frente ao ano passado: 0,4% e 0,2%, respectivamente. Para as exportações, foi apontado um cenário de estabilidade para ambos os produtos. 

“O Brasil  pode exportar um pouco menos farelo e um pouco menos óleo, com a Argentina voltando a ganhar essa parcela no mercado exportador”, alerta Gutierrez.

Efeito no mercado agrícola

Outro efeito a ser observado é na formação de preços da soja. Além do efeito Trump, o clima na América do Sul e a retração do dólar, os contratos futuros na bolsa de Chicago também absorvem, nesta sexta-feira, 24, a redução das retenciones argentinas. 

Os futuros do farelo de soja no contrato de março/25, despencavam 2,68% a US$ 306,85 por tonelada, por volta de 12h20. Essa queda pressiona as cotações da oleaginosa em grão, que trabalham no campo negativo. O vencimento da soja para março em CBOT recuava 0,50%, a US$ 10,59 o bushel. 

“Os contratos futuros estão trabalhando no campo negativo, também digerindo essa notícia da Argentina e essa queda dos contratos futuros lá fora pode mexer um pouco com a formação de preços aqui no Brasil”, afirma o coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.

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Preços da soja no Brasil devem seguir pressionados em fevereiro

O mercado de soja no Brasil tende a enfrentar maior pressão sobre os preços em fevereiro, com o avanço da colheita, apontou a Scot Consultoria em análise divulgada na quinta-feira, 23, e publicada pelo Broadcast Agro. Segundo o analista da consultoria Felipe Fabbri, a oleaginosa está sentindo o impacto da sazonalidade da oferta, em um contexto de expectativa de safra recorde no país e produção global elevada.

De acordo com o levantamento da Scot, a referência em Paranaguá encerrou o dia 22 de janeiro a R$ 134,50 por saca, queda de 3,2% em 15 dias. “A pressão sobre os preços reflete o início da colheita da safra 2024/25, cuja produção no Brasil é estimada em 166 milhões de toneladas, 12% a mais do que no ciclo anterior, quando foram produzidas 145 milhões de toneladas”, destacou Fabbri, que embora a colheita avance, há desafios climáticos em diferentes regiões do Brasil que afetam o potencial produtivo. 

Fabbri apontou ainda que outros fatores podem influenciar o comportamento dos preços no curto prazo, como os prêmios de exportação e as condições climáticas na América do Sul. Na Argentina e no Rio Grande do Sul, a seca continua a afetar o desenvolvimento das lavouras, o que pode limitar a pressão baixista. “Se os problemas climáticos na América do Sul persistirem, é possível que haja um suporte para os preços no mercado internacional”, disse.

Por outro lado, segundo o analista, a recente suspensão de importações de soja por parte da China, envolvendo cinco fornecedores brasileiros, também pode afetar negativamente os prêmios de exportação e contribuir para manter os preços sob pressão no mercado interno.

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