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Economia

Exportações de produtos agro avançam na parcial de julho

Soja e carnes puxam números positivos da balança comercial; milho despenca e registra quedas tanto em volume quanto em receita

3 minutos de leitura 22/07/2024 - 19:28

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Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com

Foto: Adobe Stock
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Na parcial deste mês, até a 3º semana, a receita com as exportações agropecuárias teve um incremento de 0,7%, em relação a julho de 2023, somando US$ 4,80 bilhões. Já em volume, considerando a média diária de embarques, o resultado (656,9 mil t/dia) está 4,6% abaixo da média de 2023 ( 688,5 mil t/dia). Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados nesta segunda-feira, 22.

A expansão das exportações agropecuárias foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos:

  • Soja: US$ 3,407 bilhões (+0,71%)                           
    • 514,410 mil t/dia (+11,4%)
  • Café não torrado: US$ 572,592 milhões (+0,55%)
    • 9,355 mil t/dia (+39,9%)
  • Algodão em bruto: US$ 237,845 milhões (+152%)
    • 8,549 mil t/dia (+147,2%)

Milho: volume e receita caem cerca de 50% em julho

O resultado parcial de julho só não foi melhor devido à queda nos embarques de milho. Conforme dados da Secex, em receita, a exportação do grão não moído totaliza, até a 3° semana do mês, US$ 313,855 milhões, com média diária de US$ 20,923 milhões, queda de 57,6% em comparação à média/dia de julho de 2023, de US$ 49,313 milhões. Em igual comparação, a baixa em volume embarcado é de 47,6%, com média por dia de 105,499 mil toneladas contra 201,458 mil toneladas por dia em julho de 2023. 

O analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, explica que tradicionalmente as exportações de milho não são fortes nos primeiros seis meses do ano.

“No ano passado é que [as exportações de milho] foram excepcionais, impulsionadas pelos preços internacionais altos, que ajudaram o Brasil, além da ausência da Argentina, que neste ano está vendendo bem e tirou parte da nossa demanda de exportação”, explica. Além disso, o analista comenta que o Brasil perdeu competitividade diante da queda dos preços no exterior. Para o futuro, o especialista da Safras aposta em recuperação, “voltando ao ritmo de vendas normal neste segundo semestre”. 

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Carnes bovinas, suínas e de aves avançam tanto em receita quanto em volume

Demais produtos do agro também contribuíram com outros segmentos da economia brasileira, como na indústria de transformação. Destaque para a carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, cujo resultado parcial do mês, de US$ 717,441 milhões, já se aproxima do total obtido em 2023, de US$ 762,267 milhões. Em toneladas, o crescimento é de 41,5%, com uma média diária de embarques em 10,835 mil toneladas, contra 7,656 mil toneladas ao dia em julho de 2023. 

Os números parciais de julho confirmam a percepção de analistas de que as exportações de carne bovina podem bater um novo recorde neste mês, assim como perspectivas de um segundo semestre com melhor desempenho para o mercado do boi gordo. 

“O mercado externo está com uma demanda muito firme, a gente viu o setor exportador com recorde no primeiro semestre e seguimos com bons volumes neste começo de segundo semestre. E o histórico dos últimos 20 anos mostra que o volume exportado pelo Brasil neste segundo semestre sempre cresce”, comenta Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot Consultoria.

Na sequência, resultados positivos também para as carnes suína e de aves:

  • Carne de aves fresca, refrigerada ou congelada: US$ 572,185 milhões
    • 20.110 mil t/dia (+4,5%)
  • Carne suína fresca, refrigerada ou congelada: US$ 198,636 milhões 
    • 5,485 mil t/dia (+22,6%)

O analista Felipe Fabbri chama a atenção quanto aos efeitos do autoembargo brasileiro às exportações de carne de frango a diversos países após a detecção da doença de Newcastle em uma ave numa granja de Anta Gorda, Rio Grande do Sul, na última semana.

“Esses autoembargos dentro do segundo semestre devem influenciar nos números de exportações de carne de frango e na maior disponibilidade da proteína, fator que pode aumentar a competitividade frente às carnes suína e bovina”, diz Fabbri ao Agro Estadão. 

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