Economia
Conab estima produção recorde de açúcar na safra 2024/2025
Sudeste, que corresponde a 64,2% da produção nacional, deve ter recuo na produtividade
Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
22/08/2024 - 10:31

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta, 22, o 2º Levantamento de Safra de Cana-de-Açúcar 2024/2025. Os dados estimam que a produção brasileira de açúcar pode ser recorde, com cerca de 46 milhões de toneladas, cerca de 0,7% a mais do que na safra anterior. Segundo a entidade, isso pode mudar ao longo do período, mas o mercado mais favorável ao açúcar é uma das explicações para o incremento.
“[…] o mercado segue mais favorável à fabricação do adoçante, especialmente com maior competitividade da commodity brasileira no mercado internacional frente à queda de oferta por parte de importantes países exportadores, sendo o volume total esperado para os subprodutos, açúcar e etanol, podendo sofrer alteração ao longo do ciclo, dependendo do direcionamento dado nas unidades de produção”, aponta a Conab no levantamento.
Outro subproduto da cana, o etanol, deve ter queda na produção de 4,1% nesta safra. A estimativa é de que o país produza 28,4 bilhões de litros derivados da cana-de-açúcar. O levantamento também mostra um crescimento de 17,3% do álcool feito a partir do milho, saltando de 5,9 bilhões de litros da safra anterior para 6,9 bilhões projetados para a atual safra.
Produtividade da cana cai na região Sudeste
O levantamento também estima que a produção total de cana-de-açúcar deve ficar em 689,8 milhões de toneladas, o que é a segunda maior da série histórica da Conab. A maior produção foi na safra passada, com 713,2 bilhões de toneladas, ou seja, 3,3% superior às estimativas para o ciclo atual.
Maior região produtora da gramínea, o Sudeste deve registrar uma perda na produtividade de 9,9%. A projeção é de que os produtores da região colham 82,8 mil quilos por hectare nesta safra. São Paulo, responsável por mais de 50% da produção nacional, deve ter uma queda de 27,22 milhões de toneladas em comparação à safra passada.
Segundo a Conab, essa queda na produtividade e na produção nacional se deve aos baixos índices pluviométricos e às altas temperaturas especialmente na região centro-sul do país. “[…] mostra uma redução, refletindo as condições climáticas adversas, como a escassez de chuvas e o calor intenso, que impactaram negativamente o desenvolvimento das lavouras”, afirma.
No Centro-Oeste, a expectativa é de que haja um crescimento de 2,8% na produção frente ao colhido na safra 2023/2024. A estimativa é de que sejam produzidas 149,7 milhões de toneladas de cana com uma produtividade média estável em 81,5 mil quilos por hectare. Apesar das condições climáticas desfavoráveis, a Conab pontua que essa alta na produção é devido ao aumento da área plantada, que saiu de 1,77 milhões para 1,82 milhões de hectares.
O Nordeste também deve ter um ciclo melhor em relação ao anterior. A estimativa é de que sejam produzidas 59,62 milhões de toneladas, o que é 5,6% a mais do que na safra passada. Crescimento esperado também para os estados produtores do Norte, de onde se projeta colher 4,04 milhões de toneladas (+2,6%). De acordo com a entidade, além da ampliação da área plantada, a produtividade média das regiões também cresceu (1,3% e 1,4%, respectivamente no Norte e Nordeste).
Já o Sul recuou frente à safra de 2023/2024. Dos 38,7 milhões de toneladas colhidos antes, a projeção é de que a produção de cana fique em 34,2 milhões de toneladas, uma queda de 11,7%. Na região, o único estado produtor é o Paraná.
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
China acelera compras de carne bovina à espera de decisão sobre salvaguardas
2
Brasil deve registrar recorde histórico na exportação de gado vivo em 2025
3
Banco do Brasil dá início à renegociação de dívidas rurais com recursos livres
4
Oferta de etanol cresce mais rápido que consumo e acende alerta no setor
5
Onde nascem os grãos da xícara de café mais cara do mundo?
6
Setor de café pede urgência em negociação das tarifas com os EUA
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Líbano abre mercado para bovinos e bubalinos vivos do Brasil
Ministérios anunciaram que negociações foram concluídas nesta sexta-feira, 7; agora, o Brasil soma 486 mercados abertos desde o início do atual governo
Economia
Importação chinesa de soja em outubro aumenta 17,2%, para 9,48 milhões de t
Em valores, as compras da oleaginosa somaram US$ 4,36 bilhões em outubro, 11,2% mais; no acumulado do ano, crescimento foi de 6,4%
Economia
Mato Grosso inaugura escritório na China e mira expansão internacional
Unidade ficará em Xangai, onde está o maior porto do mundo em movimentação de contêineres
Economia
Por que agricultores franceses dizem ser “loucura” aceitar acordo Mercosul-UE?
Membro de uma principais entidade representativa de produtores franceses defende mudanças no acordo para que haja viabilidade
Economia
China retoma compras de frango do Brasil
País importou em 2024 mais de 500 mil toneladas do frango brasileiro; embarques estavam suspensos desde maio, após caso de gripe aviária no RS
Economia
Exportação de açúcar avança 12,8% em volume, mas recua 5,8% em receita
Em 2025, o Brasil exportou 27,6 milhões de toneladas de açúcar até outubro, 13,7% menos que no mesmo período de 2024
Economia
Agropecuária garante superávit de US$ 9,2 bilhões em outubro
Com exportações de US$ 10 bilhões no mês e crescimento de 6,4% no acumulado do ano, setor segue como pilar da economia brasileira
Economia
Soja e carne bovina lideram exportações do agro; café é impactado pelas tarifas
Embarques de carne bovina aos EUA recuam mais de 50% em outubro, mas setor consolida resultado positivo devido a outros mercados