PUBLICIDADE

Economia

CitrusBR: exportação menor de suco de laranja até junho reflete quebra de safra

Na colheita 2024/25, o Cinturão Citrícola colheu 228,52 milhões de caixas de laranja, queda de 24,85% ante o ciclo 2023/24

Nome Colunistas

Broadcast Agro

29/07/2025 - 11:30

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

A queda nas exportações de suco de laranja do Brasil para os Estados Unidos no primeiro semestre de 2025 ante igual período de 2024 tem mais a ver com a quebra da safra da fruta por aqui no ano passado do que propriamente com o efeito das tarifas de importação impostas pelos EUA em abril. No quarto mês de 2025, o governo de Donald Trump anunciou taxação de 10% sobre vários produtos brasileiros, incluindo o suco de laranja, e, em 9 de julho, de 50% sobre todas as exportações do Brasil, a partir de 1º de agosto.

“A safra de laranja aqui, no ano passado, foi a menor já registrada na história recente”, diz ao Broadcast Agro o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. A entidade representa o setor exportador de suco de laranja do país. De fato, na colheita 2024/25, o Cinturão Citrícola, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, colheu 228,52 milhões de caixas de laranja, queda de 24,85% ante os 307,22 milhões de caixas do ciclo 2023/24, conforme dados do Fundecitrus.

CONTEÚDO PATROCINADO

“Não tem fruta, não tem suco”, resume Netto. “Então, a redução de volume embarcado aos EUA, ao menos por enquanto, tem a ver com a quebra da safra, e não propriamente com o tarifaço.” Segundo o executivo, a taxa de 10% anunciada em abril por Trump “obviamente abalou o setor de suco”, mas ainda assim foi possível, de alguma maneira, “acomodar esse porcentual nas vendas”.

Mesmo porque a restrição da oferta da fruta no maior exportador global de suco de laranja, o Brasil, fez com que os preços da bebida na Bolsa de Nova York disparassem nos últimos meses, garantindo ganhos à cadeia produtiva. O forte avanço de preços se refletiu nos ganhos com exportações no primeiro semestre deste ano. Entre janeiro e junho, o Brasil faturou US$ 654,74 milhões com os embarques de suco de laranja aos EUA, valor 77,8% acima dos US$ 368,25 milhões obtidos entre janeiro e junho de 2024, mesmo com queda de 8,69% no volume exportado, de 609,05 mil toneladas para 556,13 mil toneladas – dados do Agrostat, do Ministério da Agricultura.

Já a tarifa de 50%, que passará a valer a partir de 1º de agosto, será mais difícil de absorver, diz Netto, mesmo com os atuais preços recordes de exportação. “Com a tarifa de 50%, mais todos os outros impostos que devem ser pagos para internalizar o suco nos Estados Unidos, calculamos que entre 60% e 70% do preço da tonelada estará comprometido com pagamentos ao Tesouro americano”, explica. “Não dá para remunerar a cadeia produtiva com essa tarifa.”

PUBLICIDADE

Como já publicado pelo Agro Estadão, a CitrusBR estima prejuízo de até R$ 4,3 bi com tarifas dos EUA. Netto considera que a alíquota inviabilizaria as exportações para aquele mercado. O Brasil é o principal fornecedor de suco de laranja para os EUA, representando 70% de toda a bebida importada pelo país na safra 2024/25. Se confirmada, a taxação de 50% vai incidir somente sobre a nova safra de laranja, que começou em junho e vai até meados de dezembro e janeiro.

Um fato que pode pesar a favor do setor exportador de suco para sensibilizar os Estados Unidos a amenizarem a tarifa de 50% é a disparada do preço da bebida no país do Hemisfério Norte. Em julho, a cotação do suco de laranja no varejo estadunidense bateu novo recorde, com o galão custando em média US$ 11,68, valor mais alto desde pelo menos outubro de 2001, segundo dados da Nielsen. No acumulado de 2025, os preços subiram 16,5% e estão quase 20% mais altos em relação a igual período do ano passado.

Ainda conforme Netto, no caso do suco de laranja é ideal ver os embarques em meses agregados, e não mês a mês, já que há certa inconstância dos navios que exportam o suco. “Há timings diferentes de lançamentos de navios”, explica. “Às vezes um navio que chegaria em um mês acaba chegando no outro, ou às vezes antecipa a chegada.”, comenta o executivo. “Então é difícil obter uma informação ‘analisável’ mês a mês. É melhor ver no agregado.” E o agregado, por enquanto, revela queda em volume e alta em faturamento – justamente por causa da quebra de safra.

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

EUA anuncia 2º auxílio a agricultores afetados por desastres naturais

Economia

EUA anuncia 2º auxílio a agricultores afetados por desastres naturais

Pagamentos visam agricultores afetados por 55 eventos climáticos em 2023 e 2024

Exportadores alertam para perda irreversível do café brasileiro nos EUA

Economia

Exportadores alertam para perda irreversível do café brasileiro nos EUA

Concorrentes com tarifas zeradas avançam nos blends norte-americanos, enquanto o café brasileiro vê seu espaço encolher gradativamente

Alckmin sobre tarifa dos EUA: “Estamos confiantes de que vamos avançar mais”

Economia

Alckmin sobre tarifa dos EUA: “Estamos confiantes de que vamos avançar mais”

Durante a COP30, vice-presidente e ministro do MDIC, afirmou que a medida dos EUA reduziu de 45% para 28% o volume de exportações do Norte sujeito a tarifa

RS: Aurora conclui investimento de R$ 210 milhões na planta de Tapejara

Economia

RS: Aurora conclui investimento de R$ 210 milhões na planta de Tapejara

Unidade de São Silvestre terá capacidade para 10 mil aves por hora e entrará no mercado internacional

PUBLICIDADE

Economia

Nova tarifa dos EUA mantém distorções no comércio de café, diz BSCA

Entidade defende avanço rápido nas negociações; exportações brasileiras aos EUA recuaram cerca de 55% desde o início do tarifaço

Economia

Redução de só 10% pode ter sido “engano” e governo brasileiro espera redução da taxa de 40%

A expectativa é de que os EUA expliquem a situação na próxima segunda; Alckmin diz que o país segue trabalhando para reduzir a taxa

Economia

EUA aliviam tarifas, mas Brasil segue taxado com 40%, desafiando exportações do agro

Ordem executiva de Trump leva alívio ao setor de suco de laranja e algumas frutas, mas mantêm café e carne bovina na lista de tarifas elevadas

Economia

Suco de laranja está isento das tarifas dos EUA; subprodutos seguem taxados

Setor sofre impacto de cerca de R$ 1,5 bilhão devido às tarifas vigentes aos subprodutos, que não foram citados na ordem executiva

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.