Economia
China reduz rebanho de porcas e acende alerta no mercado
Queda no consumo leva Ministério da Agricultura da China a ajustar meta nacional do rebanho, podendo afetar a demanda por soja no país asiático
Redação Agro Estadão
24/11/2025 - 10:22

O plantel de porcas na China caiu para menos de 40 milhões de cabeças no fim de outubro. A informação foi divulgada na última semana pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais do país asiático. Em setembro, o país ainda registrava 40,35 milhões de animais.
O recuo do plantel ocorre enquanto Pequim intensifica os esforços para controlar o excesso de capacidade no setor. Diante de um mercado saturado e de uma demanda enfraquecida, o governo já havia pedido aos grandes produtores que reduzissem a oferta.
Devido a cadeira de carne suína ser uma grande consumidora de farelo de soja na produção de ração, o tema se torna sensível para o Brasil, maior fornecedor global de soja para a China.
O ministério defendeu, na última sexta-feira, regras mais rígidas para a capacidade de produção e afirmou que a meta nacional para o rebanho de porcas será ajustada “de forma dinâmica”. O órgão também pediu medidas anticíclicas antecipadas para evitar oscilações bruscas no mercado.
O governo ainda prometeu orientar grandes empresas a melhorar qualidade e eficiência. Ao mesmo tempo, disse que apoiará pequenas e médias fazendas a operar em “escala adequada”.
Importações de carne suína
Para o Rabobank, a estratégia do governo chinês de pedir aos 25 maiores processadores de suínos da China para reduzir em cerca de 1 milhão de cabeças o rebanho de matrizes de setembro 2025 a janeiro de 2026 — representando cerca de 2,5% do rebanho total de 40 milhões de cabeças — deve elevar os estoques locais e pressionar os preços de toda a cadeia até meados do segundo semestre de 2026. “A partir desse período, a redução dos estoques e a perda do potencial de oferta pode elevar a demanda chinesa no mercado externo e favorecer os embarques do Brasil”, indicou no relatório Perspectivas para o Agronegócio 2026.
Diante do cenário, o banco projeta que as importações chinesas de carne suína devem se manter estáveis no próximo ano, ao redor de 2 milhões de toneladas. Esse volume deve ser dividido entre carne suína in natura e miúdos. Já a produção de carne suína no País deve registrar queda entre 1 a 3% no comparativo anual, resultado da perda de potencial da produção de leitões.
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