Economia
Carne bovina: produção bate recorde em 2023, diz CEPEA
Volume de carne bovina superou o recorde anterior de 2019, que era de aproximadamente 8,2 milhões de toneladas. Maioria da produção ficou no país
Da Redação
24/02/2024 - 13:19

A produção de carne bovina no Brasil bateu recorde em 2023. É o que indica o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o órgão, o país produziu no ano passado 8,91 milhões de toneladas de carne bovina.
O número é 11,2% maior do que em 2022 e 8,6% acima do que foi feito em 2019, que até então era o recorde da produção brasileira. No entanto, a produtividade média ficou abaixo em relação aos últimos dois anos. Segundo a entidade, na faixa de 262,97 quilos por animal, ou seja, 17,5 arrobas, 1,7% menor do que em 2022, e 2,7% abaixo em relação a 2021.
Para os pesquisadores do Cepea, o motivo dessa produtividade são questões conjunturais. “Refletem a combinação de estiagem em muitas regiões produtoras com certa desaceleração dos confinamentos diante dos preços altos dos grãos”, explicou em nota.
Quando se trata de exportação da carne, a ampliação da oferta externa foi pequena, cerca de 22,8 mil toneladas a mais do que no ano retrasado. Um total de 2,29 milhões de toneladas exportadas em 2023. A maior parte das 900 mil toneladas a mais de 2023 ficou no país, o que pressionou os preços para baixo no decorrer do ano passado.
“Ao longo de 2023, o Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 recuou 12%, e a carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 9%”, disse a instituição.
Os dados de abate do IBGE ainda são preliminares, mas se estima que o total de cabeças abatidas foi de 33,9 milhões. Em comparação a 2022, a alta foi de 13,2%. O recorde é de 2013, quando se abateram 34,4 milhões de bovinos.
Na avaliação do Cepea, o que “chama atenção” é a porcentagem de fêmeas nos abates. Entre vacas e novilhas, elas representaram 40% do total de animais abatidos em vários meses de 2023, sendo que em março do ano passado chegaram a 49%.
A explicação dada pela entidade é de que muitos pecuaristas estão “desanimados com os preços dos bezerros”, ou seja, a necessidade de matrizes diminuiu. No caso específico de abates de novilhas, o motivo apontado é o aumento da demanda vinda da China por bovinos jovens, independentes de serem machos ou fêmeas.
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