Verão 2024/25 terá chuvas acima da média e temperaturas mais amenas | Agro Estadão
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Clima

Verão 2024/25 terá chuvas acima da média e temperaturas mais amenas

A previsão é de um La Ninã de fraca intensidade; dezembro e janeiro devem ter invernada, o que pode comprometer o manejo das lavouras

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Paloma Custódio | Brasília

20/12/2024 - 07:56

Foto: Adobe Stock
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O verão 2024/2025 começou neste sábado, 21, às 6h21 (horário de Brasília). A estação será marcada por chuvas acima da média e temperaturas mais amenas em comparação com o verão passado. “O cenário climático será diferente do registrado em 2023/2024, quando a seca e as altas temperaturas predominaram devido à influência do El Niño. Este verão promete chuvas acima da média para grande parte do país”, disse em coletiva a sócia-executiva e meteorologista da Nottus, Desirée Brandt.

De acordo com estimativas do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), há chance de 72% de ocorrência do fenômeno La Niña nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro; e de 51% em fevereiro, março e abril de 2025. Apesar da previsão, os radares da Nottus apontam que, caso se confirme, o fenômeno de resfriamento das águas do Pacífico deverá apresentar fraca intensidade.

“E eu chamo a atenção para o Rio Grande do Sul, que sofreu tanto com a seca naqueles três anos consecutivos de La Niña, até o início de 2023. Esse ano, o La Niña promete ser de fraca intensidade e curta duração e, atrelado a isso, não há risco para seca severa no Rio Grande do Sul”, explica Desirée Brandt.

Possibilidade de invernada durante o verão

O mês de dezembro, que começou com precipitações mais expressivas no centro-sul do país, continua com previsão de chuva volumosa e persistente na faixa que vai da costa do Sudeste até a Região Norte do Brasil. A estimativa é que haja invernada nessas localidades, quando há pouca luminosidade e temperaturas mais amenas. 

“Isso acaba trazendo algum risco para surgimento de doenças relacionadas ao excesso de umidade nas lavouras e prolongamento de ciclo. Se isso se repetir ao longo do verão, pode trazer outras consequências, como dificuldades na hora da colheita e até mesmo a dificuldade no momento da semeadura da safra de milho, alerta a meteorologista da Nottus.

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Segundo Brandt, esse panorama de invernada vai exigir o uso de mais defensivos agrícolas e, consequentemente, elevar os custos. “Além disso, áreas alagadas podem dificultar os trabalhos em campo, comprometer a colheita e impactar a qualidade dos grãos”, acrescenta.

As regiões que podem ser mais afetadas pelo risco de invernada são centro e norte de São Paulo, centro e sul de Minas, Triângulo e Cerrado Mineiro, Goiás, boa parte de Mato Grosso e norte de Mato Grosso do Sul.

Em janeiro, as chuvas continuam acima da média no eixo Sudeste-Norte e o risco de invernada continua, prolongando o ciclo das lavouras por falta de luminosidade.

“Quando olhamos para as áreas mais ao norte do Rio Grande do Sul, tem previsão de chuva acima da média no mês de janeiro. Só nas áreas mais próximas ao Uruguai é que, em algum momento, a chuva pode falhar”, ponderou Desirée Brandt sobre a preocupação da possível estiagem no Sul provocada pela La Ninã.

Fevereiro também é um mês que promete chuvas acima da média, o que pode atrapalhar a colheita e o escoamento de grãos. No entanto, os acumulados serão menores que do mês anterior.

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Março fecha o verão também com chuvas acima da média nas principais regiões produtoras. Neste mês, as precipitações serão mais fortes na Região Norte do país, com diminuição dos volumes no Sudeste e no Centro-Oeste, “mas ainda ultrapassando a média histórica do mês de março [nestas localidades]”, ressalta Desirée. 

Calendário da segunda safra de milho

Desirée Brandt também chama atenção para o calendário da segunda safra de milho. “Um atraso na colheita poderia afetar o plantio do milho da segunda safra. Porém, as previsões mostram que teremos chuvas até abril ou maio, trazendo tranquilidade quanto ao ciclo completo dessa cultura”, aponta Desirée. 

No Nordeste, há previsão de boas chuvas para o verão 2024/25. Segundo a meteorologista, se o excesso de umidade for bem administrado, pode haver uma safra robusta. “A recomendação é ficar atento às previsões climáticas, planejar conforme as janelas de tempo mais firme ou chuva espaçada e utilizar o acompanhamento climático contínuo para garantir uma colheita bem-sucedida”, orienta.

Temperaturas mais amenas

O verão 2024/2025 terá temperaturas mais amenas em comparação com o verão passado. O motivo é a chuva persistente ao longo da estação, sobretudo nas áreas centrais do país, onde normalmente são registradas as temperaturas mais altas nesta época do ano.

“No ano passado, como tivemos alguns períodos mais prolongados sem chuva nesta época, a temperatura disparou mesmo. Então El Niño (aquecimento das águas do Pacífco), com esses períodos mais longos sem chuva, a temperatura foi lá no alto e tivemos importantes ondas de calor. Para esse verão, a chance de termos ondas de calor expressivas é muito pequena”, destaca a meteorologista.

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