Chuvas intensas afetam áreas agrícolas do RS nesta semana

As chuvas retornaram ao Rio Grande do Sul e devem persistir ao longo desta semana, com maior intensidade entre os dias 17 e 19 de junho. De acordo com a meteorologista Desirée Brandt, sócia-executiva da Nottus, os volumes mais expressivos devem atingir áreas produtoras e a região de Porto Alegre, afetando diretamente o trabalho no campo.

“O sistema fica bem em cima dessa região até quinta-feira. Principalmente entre hoje e amanhã, tem bastante chuva para cair em cima do Rio Grande do Sul”, explica. Segundo ela, a instabilidade se desloca a partir de sexta-feira em direção a Santa Catarina e Paraná, já com perda de intensidade.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os volumes acumulados nesta semana podem ultrapassar 80 milímetros em cidades das regiões Oeste, Centro e Sul do estado, com possibilidade de tempestades acompanhadas por ventos fortes e granizo. Também podem ocorrer acumulados de chuva entre 30 e 60 mm no sudeste de Santa Catarina. Nas demais regiões do país, são previstas volumes inferiores a 10 mm. 

A previsão do Inmet aponta ainda temperaturas máximas inferiores a 18°C em toda a Região Sul. As menores mínimas oscilarão entre 4°C e 6°C, no extremo sul do Rio Grande do Sul e na Região Sudeste, principalmente na região serrana de Minas Gerais, mantendo o risco de geada nas localidades sob essas condições.

O tipo de sistema responsável pelas chuvas, conforme Brandt, é de baixa pressão atmosférica, o que favorece a ocorrência de tempestades. “É o tipo de sistema que provoca chuva em forma de tempestade, muitas vezes acompanhada de granizo. Não dá para dizer exatamente onde vai acontecer, mas não se pode descartar esse risco”, alerta.

Segundo a meteorologista, na sexta-feira, 21, o sistema perde força, mas ainda leva instabilidade a outras áreas da Região Sul.

Plantio e umidade

Com a previsão de chuva contínua, o plantio de algumas culturas pode ser temporariamente suspenso em diversas regiões do estado. “Essa chuva acaba suspendendo temporariamente os trabalhos em campo, como a semeadura do trigo”, afirma a meteorologista.

Apesar dos transtornos, a precipitação contribui para manter a umidade do solo, o que é positivo para o desenvolvimento das culturas. Ainda assim, o monitoramento segue necessário devido ao risco de eventos severos. “É bastante chuva, e em forma de tempestade até o final da semana”, reforça Brandt.

Áreas urbanas

Com a previsão de chuva forte nos próximos dias, a Defesa Civil do estado emitiu um alerta para o aumento do risco de transtornos causados pelo excesso de água. Entre as principais preocupações, estão alagamentos em áreas urbanas, enxurradas em locais com declive acentuado e a elevação gradual do nível dos rios. A recomendação é de atenção redobrada nas regiões mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência.

Segundo Ana Penna, meteorologista da Tempo OK, a partir de quarta-feira, o risco de inundações aumenta em rios como o Ibirapuitã (em Alegrete), o Santa Maria (em Rosário do Sul) e o Jacuí (em Cachoeira do Sul), por conta da previsão de novos episódios de chuva forte.

“A partir de sábado, o sistema organiza uma frente fria que, já sobre o oceano, mantém uma fraca convergência de umidade sobre o continente, provocando somente chuvas pontuais no Subsistema Sul, que compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, projeta a especialista.