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Clima

“Este La Niña será diferente de todos os outros”, diz Cemaden

Segundo o coordenador do Cemaden, fenômeno La Niña não será dominante e terá curta duração

2 minutos de leitura 20/08/2024 - 15:49

Por: Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O fenômeno climático La Niña não deve durar muito e deve ser de intensidade fraca a moderada – no máximo. A análise é do coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi. 

Segundo o meteorologista, o momento atual é de neutralidade climática, porém, a maior probabilidade de ocorrência do La Niña é para os meses de outubro, novembro e dezembro. Nesse período, as projeções indicam 75% de chance do fenômeno. 

“Mas não será muito longo, porque entre março, abril e maio, volta a ser mais provável uma situação de normalidade [climática]. Este La Niña será restrito ao próximo verão”, afirma Seluchi. 

Diferente de todos os outros

O coordenador do Cemaden pondera que este fenômeno deve ser diferente de todos os outros e afirma que só é possível fazer previsões com mais confiabilidade para os próximos três meses. 

“Neste momento, a temperatura dos oceanos está acima do normal”, diz Seluchi. O La Niña se caracteriza justamente pelo contrário: as temperaturas do Oceano Pacífico ficam mais baixas. 

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Esse ponto deve influenciar na intensidade do fenômeno. A tendência é de que o La Ninã seja de fraco a moderado, pois a temperatura do Oceano Pacífico, não deve ser mais baixa do que -1ºC. “Outros fenômenos devem mascarar o La Niña – ele não será dominante”.

mapa mostra temperatura dos oceanos
Temperatura dos oceanos: do azul (mais frio) ao vermelho (mais quente). Fonte: Cemaden

Atraso na estação das chuvas

A estação das chuvas no Centro-Oeste e Sudeste do país deve atrasar, como vem acontecendo ao longo das décadas, de acordo com o coordenador do Cemaden. “Nos últimos 40 anos, perdemos 25 dias da estação chuvosa – praticamente uma semana por década”, explica. 

As análises mostram que em quatro das cinco regiões do país, a quantidade de chuva vem caindo ao longo das décadas. A única exceção é a região Sul que, embora não tenha redução da precipitação anual, tem registrado mais anos com seca.

Paraná no próximo trimestre

Segundo o meteorologista, o estado do Paraná está numa transição entre o sul mais chuvoso e o centro mais seco. Nos próximos três meses, o cenário mais provável é de chuva entre normal e abaixo do normal para o estado. 

“A situação de seca que já aparece no centro-norte do Paraná não tem chance de se reverter”, pontua Seluchi.

Confira aqui outras reportagens do Agro Estadão sobre o La Niña.

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