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Clima

Especialistas cogitam aquecimento do Pacífico, mas não confirmam El Niño em 2026

NOAA projeta La Niña até o fim de 2025 com tendência de transição para neutralidade no primeiro trimestre do próximo ano

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Paloma Santos | Brasília | paloma.santos@estadao.com

18/11/2025 - 05:00

Pacífico pode aquecer, mas ainda não há elementos que permitam confirmar El Niño. Foto: Adobe Stock
Pacífico pode aquecer, mas ainda não há elementos que permitam confirmar El Niño. Foto: Adobe Stock

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou, na última semana, que o fenômeno La Niña continua ativo no Pacífico equatorial e deve persistir entre dezembro e fevereiro, com 55% de probabilidade de transição para a neutralidade no primeiro trimestre de 2026.

Segundo o relatório publicado, o fenômeno segue em fraca intensidade, com temperaturas da superfície do mar entre 0,5°C e 0,7°C abaixo da média.

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Gráfico do NOAA mostra que a La Niña permanece predominante até o fim de 2025, com maior probabilidade de neutralidade entre janeiro e março de 2026

Diante da possibilidade de aquecimento no Pacífico após o período de neutralidade — que poderia sugerir um El Niño no próximo ano —, os meteorologistas ouvidos pelo Agro Estadão afirmaram que ainda não há indicação do fenômeno.

Segundo os especialistas, o Pacífico dá indícios de aquecimento ao longo de 2026, mas ainda não há elementos que permitam confirmar a formação de El Niño. O fenômeno ocorre quando as águas do Pacífico equatorial ficam significativamente mais quentes que o normal, alterando a circulação atmosférica e influenciando o regime de chuvas em diversas partes do mundo — inclusive no Brasil, onde costuma favorecer as precipitações no Sul e reduzir as chuvas no Norte e Nordeste.

A Tempo OK destaca que o cenário atual limita qualquer projeção mais ousada. “A tendência é que a temperatura volte a subir no inverno, mas sem configurar um El Niño ainda”, afirmou a equipe por meio de nota. De acordo, com a consultoria, depois do término da La Niña, o oceano deve permanecer em neutralidade durante o outono e o inverno, em um quadro descrito como “neutralidade com viés quente”.

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Sintomas de El Niño

Para a meteorologista Desirée Brandt, sócia da Nottus, o relatório da NOAA é claro ao não apontar para a formação do fenômeno. “O NOAA ainda não fala em El Niño. Apenas sinaliza um aquecimento ao longo do segundo semestre”, afirma. Segundo ela, a La Niña fraca deve seguir até fevereiro, reduzindo a intensidade gradualmente. “A partir do primeiro trimestre de 2026, a maioria dos modelos começa a apontar um retorno gradual à neutralidade climática.” 

Brandt explica que alguns modelos internacionais já mostram tendência de aquecimento no Pacífico no segundo semestre de 2026, mas pondera que os sinais são insuficientes. “Ainda não se vê nenhuma condição que daria para bater o martelo se teremos um El Niño”, diz. Segundo ela, é possível que haja um aquecimento com efeitos semelhantes ao fenômeno, mas sem sua configuração clássica. “Pode ser que a gente tenha um aquecimento no Pacífico que nos traga alguns sintomas do El Niño.”

Ainda assim, a meteorologista avalia que o próximo ano pode trazer mudanças importantes no regime de temperaturas do Pacífico, mesmo sem a configuração clássica de El Niño. “Tudo isso mostra que o ano de 2026 vai ser um ano de uma transição importante, com impactos nas chuvas, nas temperaturas, e claro que isso vai impactar a agricultura no Brasil”.

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