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Clima

Vendaval e granizo atingem o Paraná e comprometem lavouras

Rajadas de até 95 km/h e pedras de granizo de 100 gramas afetaram produtores em várias regiões do Estado; Faep cobra ações emergenciais de crédito e seguro rural

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Paloma Santos | Brasília | paloma.santos@estadao.com

03/11/2025 - 11:33

Vendaval derrubou silos da Família Bondezan em Alvorada do Sul (PR). Foto: Arquivo Pessoal
Vendaval derrubou silos da Família Bondezan em Alvorada do Sul (PR). Foto: Arquivo Pessoal

Os temporais que atingiram o Paraná no fim de semana deixaram um rastro de destruição no campo. Ventos de quase 100 km/h e chuvas de granizo danificaram lavouras, maquinários e estradas em várias regiões do Estado, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).

As rajadas mais fortes foram registradas em Cornélio Procópio (95 km/h) e Santo Antônio da Platina (91 km/h), na madrugada de domingo, 02. Em pelo menos 15 municípios, o vento ultrapassou os 50 km/h. Houve granizo em sete cidades, entre elas Jandaia do Sul, onde pedras chegaram a pesar mais de 100 gramas, e também em Mandaguari, Cianorte, Mandaguaçu, Entre Rios do Oeste, Planalto e Campo Mourão.

CONTEÚDO PATROCINADO

As chuvas atingiram praticamente todas as regiões, em alguns municípios com mais intensidade. Em Santa Helena, no Oeste, o acumulado chegou a 138,6 milímetros, embora a média histórica de chuvas no mês de novembro na cidade seja de 150 milímetros. 

Granizo atingiu lavouras em Planalto (PR). Foto: Defesa Civil/Divulgação

Impactos nas lavouras

Segundo a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), lavouras, maquinários, estradas e estruturas produtivas foram severamente impactadas, comprometendo o trabalho e o sustento de milhares de famílias do campo. 

“Mais uma vez, o produtor rural que sustenta a economia e garante alimento na mesa dos brasileiros se vê diante de perdas que exigem solidariedade, sensibilidade e ação imediata do poder público”, diz o comunicado da federação.

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O presidente do Sindicato Patronal Rural de Campo Mourão, Cézar Bronzel, afirmou ao Agro Estadão que a situação é grave no Estado. Segundo ele, os danos foram muito grandes para a safra plantada e para a segunda safra do milho. “As lavouras replantadas agora vão extrapolar a data de plantio da próxima safra, ficando fora da época de plantio do milho”, explicou.

O produtor Anderson Ganacin, de Campo Mourão, estima um comprometimento de 40% da lavoura de soja. “Vamos aguardar mais uns dois dias para ver se terá rebrota. Provavelmente iremos replantar”, disse. “Nossa soja em específico, tinha talhão que já estava aí com quase 60 dias de plantio, tinha alguns enflorados. Infelizmente o excesso de chuva, a tromba d’água e o granizo, prejudicou bastante”.

Ele conta que a chuva de sábado atingiu 140 milímetros e causou muitos danos no interior do estado. “Pegou uma região bem grande de Juranda, que dá 70 quilômetros aqui de Campo Mourão, mais sentido no oeste, e estragou bastante, muitos vizinhos produtores prejudicados”.

Entrada da Fazenda do produtor Daniel Rodrigues Vansan de São Jorge do Ivaí (PR). Foto: Arquivo Pessoal

Em São Jorge do Ivaí, o agricultor Daniel Rodrigues Vansan perdeu toda a área plantada. “No meu caso, são 60 hectares e terei de refazer tudo. A região foi bastante atingida, ainda estão levantando os estragos”, contou. Sem seguro rural, ele afirma que o prejuízo será integral. “Depois de um problema com uma seguradora em 2022, não renovei o seguro. Agora, o custo do replantio vai sair todo do meu bolso.”

Vansan relata que o dano não é apenas financeiro. “O mais triste é ver a erosão e todo o retrabalho que vem pela frente. Isso atrasa o plantio do milho e compromete a próxima safra”, lamentou.

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Políticas de crédito

Ventos atingiram pivôs em Palotina (PR). Foto: Faep/Divulgação

Em publicação nas redes sociais, a Faep cobrou medidas dos governos federal e estadual de apoio e reconstrução, especialmente com a ampliação e efetivação do acesso ao seguro rural e às políticas de crédito emergencial. 

“É um momento de união. O campo precisa de respostas rápidas e efetivas. O produtor faz a parte dele todos os dias, e agora é hora de o poder público estar presente”, afirmou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino da Federação da Agricultura paranaense. 

Apoio

O Corpo de Bombeiros e as Defesas Civis municipais estão prestando auxílio às famílias afetadas. “Também está sendo preparada ajuda humanitária para Jandaia do Sul, Pitangueiras e Barbosa Ferraz, com o envio de telhas, cestas básicas, kits dormitório e de higiene e limpeza”, informou a Coordenadoria da Defesa Civil Estadual.

Vendaval e granizo
Lavoura na cidade de Entre Rios. Foto: Faep/Divulgação

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