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Clima

Onda de calor e falta de chuva afetam rebanhos no Rio Grande do Sul

Criação de bovinos está sendo prejudicada principalmente na região Oeste, aponta Emater/RS-Ascar

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Mônica Rossi | Porto Alegre

14/02/2025 - 12:02

Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo Agência Brasil
Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O Rio Grande do Sul encerra esta semana com mais de 130 municípios enfrentando as consequências da estiagem. As chuvas vêm sendo irregulares no estado desde dezembro do ano passado. As pastagens de verão estão com dificuldades de crescimento, afetando as criações de gado de corte e leiteiro. Além disso, perdas já foram confirmadas na safra de soja, milho, noz-pecã e citros. Conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira,13, o Oeste do estado é a região mais afetada.

Segundo o relatório, as pastagens apresentam grande variação. Na região Oeste, os campos nativos registram queda da qualidade forrageira. As pastagens perenes e anuais cultivadas enfrentam dificuldades de rebrote e há grande redução na produção forrageira. “A irrigação tem sido essencial em várias localidades, mas, em alguns reservatórios, os níveis estão críticos. A escassez de água e as altas temperaturas continuam a impactar negativamente as pastagens em geral, exigindo estratégias de suplementação alimentar para os rebanhos”, afirmam os técnicos.

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Nas regiões do Vale do Taquari e Vale do Caí, a baixa precipitação e o calor excessivo também comprometem o crescimento das forragens e houve registros de ataques de cigarrinha e lagartas. O documento aponta ainda que em São Francisco de Assis, no centro do RS, “a oferta forrageira não atende à demanda nutricional dos rebanhos, resultando no uso de feno, silagem e ração, o que eleva os custos de produção”.

Criação de bovinos prejudicada

O cenário da bovinocultura de corte é considerado crítico, especialmente na Fronteira Oeste, onde se concentram os maiores rebanhos. Já ocorre perda da condição corporal dos animais. “Esse cenário tem dificultado a comercialização de gado para abate, já que muitos lotes não atingem o nível de acabamento de gordura exigido pelos frigoríficos, resultando em superlotação das pastagens. A crescente expansão dos municípios em situação de emergência, devido à estiagem, tem impactado também o mercado de reposição, e houve redução nas transações comerciais” explica o informativo.

Os especialistas já projetam que haverá diminuição na próxima safra de terneiros, uma vez que os índices de concepção estão baixos. Na cidade de Santa Margarida do Sul, não chove há quase dois meses e já “há relatos de mortalidade de animais causada pela escassez de água e de alimento, além da ocorrência de abortos em fêmeas prenhes”.

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Outra consequência da estiagem é a diminuição dos abates. Os técnicos informam que, em Alegrete, o frigorífico local suspendeu o funcionamento e deu férias coletivas aos empregados.

Em Porto Mauá, bebedouros secos causam preocupação. Foto: PM Porto Mauá/Divulgação

Em Porto Mauá, no noroeste gaúcho, a prefeitura municipal está mobilizada para garantir água aos animais, pois muitos bebedouros secaram. Caminhões-pipa estão sendo usados para abastecer as propriedades rurais do município.

Chuvas na próxima semana

Segundo a Emater, a previsão está um pouco mais favorável aos produtores gaúchos na próxima semana. O prognóstico indica a possibilidade de chuvas em grande volume na maior parte do Rio Grande do Sul. As marcas podem ultrapassar 100 mm, especialmente entre as regiões Central, Campanha e Fronteira Oeste.

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