Lula quer abrir mercado da carne bovina para Japão | Agro Estadão
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Agropolítica

Lula quer encerrar 20 anos de negociações e abrir mercado da carne bovina para Japão

Visita de especialistas japoneses em saúde animal ao Brasil e novo protocolo sanitário para influenza aviária devem impulsionar exportações de carne

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Redação Agro Estadão | Atualizada em 13h57

25/03/2025 - 11:29

Reunião de integrantes da ABIEC com comitiva brasileira no Japão. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Reunião de integrantes da ABIEC com comitiva brasileira no Japão. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após 20 anos de negociações, o Brasil pode finalmente abrir o mercado de carne bovina para o Japão. Durante missão oficial ao Japão, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) nesta terça-feira, 25. Após o encontro, o ministro Fávaro falou com jornalistas e disse que o presidente Lula se compromete a trabalhar “pessoalmente” com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, para a abertura de mercado para a comercialização da carne bovina brasileira no país. 

“O presidente ouviu por parte dos empresários o quanto isso é importante para o Brasil, para a geração de emprego, para formar preços das nossas proteínas, inclusive para a população brasileira”, destaca. A expectativa é que, ao final da visita da missão no país asiático, seja estabelecido um cronograma para tal processo. “Nós queremos que no documento, que saia dessa visita internacional, esteja estabelecido os últimos passos para que a gente possa ter, ainda no governo do presidente Lula, esses mercados abertos”, estima. 

Carlos Fávaro também se reuniu com o ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Taku Eto, para discutir oportunidades de cooperação e avanços no comércio bilateral. Durante o encontro, foi confirmada a visita de especialistas japoneses em saúde animal para avaliar o sistema brasileiro, um passo essencial para a abertura do mercado japonês à carne bovina e para a ampliação do acesso da carne suína, atualmente limitada ao estado do Paraná.

O ministro japonês também confirmou a aprovação da regionalização do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para influenza aviária por município. A medida estabelece que as restrições de exportação de carne de frango e ovo ficam limitadas apenas aos municípios onde forem detectados focos de gripe aviária, em vez de abranger todo o estado.

“Essa medida garante maior segurança e previsibilidade nas exportações de carne de frango brasileira para o Japão, beneficiando produtores e fortalecendo a relação comercial entre os dois países”, declarou Fávaro.

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Os ministros brasileiro e japonês assinaram ainda uma carta de intenções para fortalecer a cooperação na recuperação de pastagens degradadas no Brasil, em apoio ao Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). O acordo prevê o desenvolvimento de projetos conjuntos para aumentar a produtividade e a sustentabilidade, utilizando solos e bioestimulantes fornecidos por parceiros público-privados dos dois países.

Carlos Fávaro e ministro da Agricultura do Japão fecham acordo
Carlos Fávaro e Taku Eto, ministro da Agricultura do Japão. Foto: Mapa/Divulgação

Produtores brasileiros aprovam abertura de mercado para Japão

Falando em nome dos produtores, o pecuarista e presidente da Friboi, Renato Costa, afirmou que “[O Japão] é um mercado importante, o terceiro maior importador. Vejo que é bom para a indústria, para o produtor, para o país. Estamos sim, bastante confiantes”.

O ministro Fávaro pontuou que um dos riscos para o Japão é de que, com a abertura de mercado, o Brasil tire a competitividade dos produtores locais. “Mas todos os países que abriram mercado para as proteínas brasileiras tiveram estabilidade principalmente inflacionária no preço dos alimentos, na qualidade dos produtos e é isso que estamos tentando demonstrar”, comentou.

Fávaro afirmou que, em dois anos de governo, foram abertos 344 novos mercados para os produtos da agropecuária brasileira. “O Brasil atinge um patamar de segurança alimentar para o mundo, garantindo que em qualquer crise alimentar e sanitária, o Brasil consegue ser suprimento para todos os países do mundo”, ressalta.

Avanços sanitários

Segundo Fávaro, em maio, o Brasil deverá receber da Organização Mundial de Saúde Animal o status de país livre de febre aftosa sem vacinação. Atualmente, esse reconhecimento é concedido somente aos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e a partes do Amazonas e Mato Grosso. 

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A medida deve fortalecer ainda mais as relações comerciais entre Brasil e Japão, ampliando oportunidades para a exportação de carne bovina e suína, além de consolidar a posição do Brasil como principal fornecedor de carne de frango para o mercado japonês.

Fávaro se reúne com representante dos importadores japoneses de proteínas

Nessa segunda-feira, 24, a delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participou de uma reunião, em Tóquio, com a Japan Meat Trade Association, entidade que representa todos os importadores japoneses de proteínas. O encontro contou com a participação do secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e de mais de 20 associados. 

O objetivo foi discutir a parceria comercial entre os dois países e os avanços necessários para a possível abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira. “Sobre a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, já temos avanços previstos a partir desta viagem”, estima.

O secretário Luis Rua também destacou a importância da reunião para consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores globais de proteínas. “Reafirmamos a qualidade, a sanidade, a complementaridade e a estabilidade das nossas proteínas. O mercado japonês é um mercado de alto valor agregado e o Brasil tem trabalhado para que possamos conseguir, em um breve espaço de tempo, acesso a esse importante mercado”, destacou Rua em nota.

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