PUBLICIDADE
Banner Topo Post Agro na COP10

Agro na COP30

Inspirada no Brasil, iniciativa global para recuperar áreas degradadas é lançada na COP 30

Estimativa é de que mundo precise de US$ 105 bilhões anuais para a recuperação desses terrenos; nove países já aderiram à proposta

Nome Colunistas

Daumildo Júnior* | Belém (PA) | daumildo.junior@estadao.com

19/11/2025 - 15:06

Iniciativa foi lançada na Blue Zone, durante a COP 30. Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão
Iniciativa foi lançada na Blue Zone, durante a COP 30. Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) lançou nesta quarta-feira, 19, uma iniciativa para a recuperação de áreas degradadas. O programa RAIZ (Investimento em Agricultura Resiliente para Degradação Zero do Solo, na sigla em inglês) pretende dar suporte a países e governos para incentivar a mudança desses terrenos. O lançamento ocorreu em uma das agendas da Blue Zone, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), e é inspirado em ações brasileiras, como o programa Caminhos Verdes Brasil e os leilões do Eco Invest Brasil. 

“O RAIZ se baseia nesses modelos comprovados [além do Brasil, Colômbia e Uruguai têm iniciativas parecidas] para fornecer um novo princípio organizador e para que possamos ajudar cada país a projetar sua própria solução sob medida. […] Seu propósito é muito simples: ajudar governos e investidores a coprojetar mecanismos de financiamento público-privado nacionais que liberem investimento para a restauração dessas terras”, comentou a diretora-executiva da Food and Land Use Coalition (FOLU), Morgan Gillespy.

CONTEÚDO PATROCINADO

A iniciativa já tem o apoio de nove países: Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Canadá, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Peru e Reino Unido. Segundo os arquitetos do programa, o setor privado poderia investir US$ 90 bilhões em alternativas ligadas ao tema, mas há limitações, como os altos custos operacionais, os prazos longos para retorno e também uma rentabilidade que oscila. 

“A verdadeira limitação hoje [para o apoio a essa iniciativa] não é tecnologia, é o financiamento. Há uma necessidade de financiamento de US$ 105 bilhões por ano. E enquanto isso parece um número grande, é apenas 0,1% do nosso PIB global. Agora, a maior parte das contribuições atuais vem do setor público. Mas também sabemos, através do desenvolvimento desta iniciativa, que o setor privado quer investir”, completou a diretora da FOLU durante a apresentação do programa. 

Quais os pilares da iniciativa?

Estima-se que o mundo tenha 1 bilhão de hectares de terras agrícolas degradadas. A recuperação de 10% delas já traria um impulso de 44 milhões de toneladas anuais de alimentos. 

PUBLICIDADE

Por isso, a ideia é que o RAIZ esteja baseado em quatro pilares, que devem acontecer de forma encadeada:

  • Mapear as áreas degradadas para identificar oportunidades de investimentos;
  • Identificar e bancar soluções que tenham potencial para receber investimentos;
  • Projetar mecanismos de coinvestimento que misturam capital público-privado e assim reduzem o risco;
  • Promover a troca de conhecimento de outras iniciativas que já deram resultado no sentido da restauração de terras degradadas. 

Caminho Verde Brasil pode receber mais recursos de países estrangeiros 

O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, fez a abertura do lançamento oficial do programa RAIZ. Durante o discurso, o chefe da pasta ressaltou a necessidade dos investimentos estrangeiros para continuar com a recuperação das áreas degradadas no Brasil. 

“O Brasil, sozinho, não vai conseguir financiar os 40 milhões de hectares de pastagens degradadas. Já fizemos a nossa parte e vamos continuar a fazer, mas é importante a gente captar recursos internacionais”, disse o ministro ao falar do programa Caminho Verde Brasil. 

Após o evento, Fávaro afirmou que está em tratativas para trazer mais dinheiro estrangeiro ao programa. Há a expectativa de que a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) faça um aporte, mas os números ainda não foram divulgados. As conversas agora são principalmente para captar capital vindo do Oriente Médio.   

“Nós temos outros países encaminhados. Fizemos uma rodada [de visitas] pelo exterior apresentando esse programa, fomos no Oriente Médio, fomos na Ásia e nós temos bastante coisa prospectada. Além da JICA, temos também os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e outros países em que já existe”, comentou o ministro a jornalistas.

*Jornalista viajou a convite da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) e CropLife Brasil

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Conheça a fazenda de búfalos que virou exemplo na COP 30

Agro na COP30

Conheça a fazenda de búfalos que virou exemplo na COP 30

Propriedade alia bem-estar, preservação ambiental e ganho de produtividade  

COP 30 discute a aquicultura como motor da bioeconomia

Agro na COP30

COP 30 discute a aquicultura como motor da bioeconomia

Setor aquícola responde por 0,5% das emissões; cultivo de algas, moluscos e peixes é visto como caminho para gerar renda e reduzir emissões

Embrapa e Japão assinam acordo para a recuperação de áreas degradadas 

Agro na COP30

Embrapa e Japão assinam acordo para a recuperação de áreas degradadas 

Fávaro não confirma valores, mas diz que agência do Japão também fará aporte para programa Caminho Verde Brasil

Conab compra 146 toneladas de alimentos da agricultura familiar para abastecer COP 30

Agro na COP30

Conab compra 146 toneladas de alimentos da agricultura familiar para abastecer COP 30

Ação inédita garante alimentos frescos e reforça renda de pequenos produtores; 30% dos ingredientes servidos na COP serão da agricultura familiar

PUBLICIDADE

Agro na COP30

Embrapa cria 'coworking' para pesquisas no agro

Inovação foi lançada na COP 30 e já tem empresas interessadas em pesquisar sistemas agroflorestais no próximo ano

Agro na COP30

Fávaro: objetivo na COP é captar recursos para recuperar de áreas degradadas

Um dos projetos alvo para captação de recursos é o programa Caminho Verde Brasil

Agro na COP30

Na COP 30, pecuária busca com tecnologia reposicionar discurso sobre o setor

Discussão na AgriZone reforçou que o setor entrega sustentabilidade e precisa tornar ações mais visíveis ao público interno e externo

Agro na COP30

Brasil lança guia sobre gestão de dejetos para redução de metano

Desenvolvido pelo Mapa em parceria com a Embrapa e instituições ligadas ao clima, material foi apresentado na COP 30

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.