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Agricultura

Fertilizantes mais baratos elevam poder de compra do produtor em setembro

Recuo do IPCF reforça movimento de antecipação de insumos e indica retomada de preços no último trimestre, segundo a Mosaic

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Redação Agro Estadão*

14/10/2025 - 17:54

Índice de preços de fertilizantes registrou queda de 7% em setembro. Foto: Adobe Stock
Índice de preços de fertilizantes registrou queda de 7% em setembro. Foto: Adobe Stock

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) registrou recuo de quase 7% em setembro, encerrando o mês em 1,19. A queda indica melhora nas condições de aquisição de insumos agrícolas, já que um índice menor reflete maior poder de compra do produtor. O movimento reflete o período de transição entre o fim da colheita da safrinha e o início do plantio da soja, além da leve desvalorização de cerca de 1,5% do dólar, cujo impacto sobre o índice foi moderado.

Divulgado mensalmente pela Mosaic, o IPCF compara a evolução dos preços de fertilizantes e de commodities agrícolas com base em 2017. Quanto menor o resultado, mais favorável é a relação de troca entre insumos e produtos agrícolas. O cálculo considera as principais culturas brasileiras — soja, milho, cana-de-açúcar (açúcar e etanol) e algodão.

CONTEÚDO PATROCINADO

A principal razão para o resultado de setembro foi a redução nos preços dos fertilizantes, especialmente dos nitrogenados. A ureia teve destaque, com queda de 10% em relação a agosto. Também registraram retração o Monoamônio Fosfato (MAP), com baixa de 3%; o Superfosfato Simples (SSP), com 5%; e o Cloreto de Potássio (KCl), com 1%. Essa movimentação é típica do período de entressafra, quando a demanda por insumos diminui. A expectativa do setor é que os preços retomem trajetória de alta no quarto trimestre, impulsionados pelas encomendas para a segunda safra.

No lado das commodities, o cenário foi de leve valorização média, em torno de 3%. A soja avançou 1%, o milho e a cana-de-açúcar subiram 3% cada, enquanto o algodão foi o único produto a registrar queda, de 3%, sem alterar de forma significativa o resultado agregado. Fatores externos também influenciaram o mercado, como a suspensão e posterior retomada das retenciones — impostos sobre exportação — na Argentina, que contribuíram para as variações nos preços.

Perspectivas

Além dos movimentos conjunturais, o setor agrícola observa três pontos de atenção. O primeiro é a crescente oferta de fertilizantes fosfatados de baixa solubilidade, produtos que podem parecer mais vantajosos no preço, mas comprometem a absorção de nutrientes pelas plantas e reduzem a produtividade. O segundo fator é o crédito rural limitado, que tem restringido o acesso dos produtores a financiamentos, em meio às mudanças no Plano Safra e à manutenção da taxa Selic em patamar elevado. O terceiro é a necessidade de maior cooperação entre produtores, revendas e instituições financeiras para garantir planejamento e ritmo de vendas mais sustentáveis.

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Mesmo com as restrições de crédito, cresce o número de produtores que antecipam as compras de insumos para a safra de verão de 2026. Condições de troca mais atraentes e o uso de mecanismos como a antecipação de recebíveis têm estimulado essa estratégia, permitindo travar preços e reduzir riscos diante das oscilações do mercado.

Com o avanço do plantio da soja — etapa estratégica para o calendário agrícola brasileiro —, o setor acompanha com atenção o comportamento da demanda chinesa, que segue instável. Apesar das incertezas, o Brasil mantém a liderança como principal fornecedor de soja para o país asiático, o que ajuda a sustentar a liquidez interna e reforça a competitividade do agronegócio nacional.

*Com informações da Mosaic

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