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Economia

Por que o agro está atento ao encontro entre Putin e Trump?

Setor acompanha com cautela a cúpula no Alasca, que pode resultar em novas sanções aos produtos brasileiros e redefinir o mercado de fertilizantes

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Redação Agro Estadão

15/08/2025 - 11:44

Preocupação do setor é com as chamadas sanções secundárias, aplicadas a países que mantêm relações comerciais com Moscou. | Foto: Adobe Stock
Preocupação do setor é com as chamadas sanções secundárias, aplicadas a países que mantêm relações comerciais com Moscou. | Foto: Adobe Stock

Os olhares do mundo estão voltados ao Alasca (EUA) nesta sexta-feira, 15, onde o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin devem se encontrar. O foco da cúpula é o fim da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. Porém, dependendo do desfecho das conversas, a reunião entre os líderes pode alterar as sanções sobre o petróleo russo e afetar o mercado de commodities.

O agronegócio brasileiro, claro, observa com atenção os desdobramentos, pois qualquer acirramento nas sanções à Rússia — sobretudo as chamadas sanções secundárias, aplicadas a países que mantêm relações comerciais com Moscou — pode atingir em cheio o setor. Isso porque o país importa cerca de 80% dos fertilizantes que consome, e quase um terço desse volume vem justamente da Rússia.

Há cerca de uma semana, a Casa Branca deu sinais de que pretende endurecer a postura contra países que negociam com os russos, usando a Índia como exemplo ao impor tarifas de 50% sobre produtos indianos, que serão aplicadas em duas etapas de 25%. 

Conforme o Agro Estadão noticiou, especialistas temem que, neste contexto, o Brasil também entre no radar dos EUA, dado o volume recorde de comércio bilateral com os russos em 2024, que somou US$ 12,4 bilhões. Uma taxação semelhante sobre produtos brasileiros — ou mesmo restrições à compra de insumos — poderia elevar custos de produção e comprometer a competitividade das exportações de soja, café e carne bovina, carro-chefe do agro nacional.

O efeito da medida, segundo a Markestrat, não se limitaria a curto prazo. Assim como ocorreu na crise do petróleo nos anos 1970, medidas protecionistas podem gerar ondas prolongadas de instabilidade, dificultando o planejamento de investimentos e encarecendo a logística comercial.

Além disso, mesmo empresas menos expostas à importação russa, como a Mosaic, admitem preocupação com o impacto sistêmico na cadeia de insumos, já que produtores, cooperativas e fornecedores estão interligados. A multinacional norte-americana é responsável por 60% do fósforo produzido no Brasil, com os produtos importados vindos das nossas minas no Canadá e na Flórida (EUA). 

Em meados de julho, o country manager da Mosaic no Brasil, Eduardo Monteiro, disse ao Agro Estadão que, dentro do contexto, a orientação é para que os produtores administrem o seu negócio, olhando a perspectiva de gestão de risco, olhando sua matriz de fornecimento, trabalhando com fornecedores confiáveis, antecipando-se a movimentos.

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