Reforma tributária ameaça competitividade do agro, alerta Faesp  | Agro Estadão Reforma tributária ameaça competitividade do agro, alerta Faesp  | Agro Estadão
PUBLICIDADE
Oferecimento:

Tudo sobre AgroSP

Reforma tributária ameaça competitividade do agro, alerta Faesp 

Federação da Agricultura alerta para impactos negativos ao setor com alíquota mais alta e revisões no ICMS, previstos na Reforma Tributária

Nome Colunistas

Sabrina Nascimento | São Paulo

18/11/2024 - 07:30

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

Aumento da inflação sobre os alimentos, migração de agroindústrias e abandono da atividade de pequenos e médios produtores: esse é o cenário projetado pela Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) diante dos rumos da Reforma tributária em discussão no Congresso Nacional. 

As cadeias produtivas do agro, atualmente, são beneficiadas por um sistema tributário diferenciado, que oferece alíquotas reduzidas ou até mesmo zeradas. Mas, há apreensão com um possível aumento da taxa média paga pelo agronegócio — saindo de cerca de 4%, para mais de 11%.  

Conforme Tirso Meirelles, presidente do sistema Faesp/Senar-SP, a ideia inicial da reforma foi recebida de maneira positiva pelo setor, no entanto, as mudanças ao longo das discussões são negativas. “O imposto que está sendo tratado, tanto o federal quanto o estadual, ele está realmente em um valor muito elevado. Então, nós teremos um IVA (Imposto sobre Valor Agregado), um dos maiores do mundo”, afirmou Meirelles ao Agro Estadão. 

De acordo com o Ministério da Fazenda, a alíquota padrão do IVA pode chegar a 27,97%, superando a taxa de 27% da Hungria — atualmente, a maior do mundo.

O Projeto de Lei Complementar 68/2024, que trata da reforma tributária, segue em análise na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. O texto regulamenta o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo com foco nos regimes específicos. Esses novos tributos foram introduzidos pela Emenda Constitucional 132 e substituem impostos como o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). A expectativa é de que o texto seja votado no plenário do Senado no início de dezembro. 

PUBLICIDADE

Segundo Tirso, há o temor de uma transição para um novo sistema tributário sem tempo hábil de adaptação e correção de eventuais distorções. 

Tributos estaduais

Além da Reforma tributária, a revisão de incentivos fiscais por parte do governo paulista acrescenta mais um ponto de alerta para o agro.

No último ano, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, assinou decretos que reduziram a carga tributária para vários segmentos do setor produtivo até o fim de 2024, com o objetivo de reduzir o custo de produção e estimular a economia. Agora, o governo está avaliando caso a caso.

Tirso aponta que os ajustes no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), especialmente no que tange à isenção de tributos sobre insumos essenciais, como fertilizantes e energia elétrica, podem ter um efeito cascata negativo no agronegócio. O tema motivou a Faesp e outras 40 entidades a formularem um documento pedindo a manutenção dos incentivos fiscais. A carta foi entregue no início do mês ao governo estadual. 

“Tivemos um encontro com o secretário da Fazenda do estado de São Paulo e mostramos a ele que qualquer alteração que vier a ocorrer na isenção dos impostos existentes, nós vamos ter um aumento, uma elevação nos produtos agrícolas muito grande”, contextualiza o presidente do sistema Faesp/Senar-SP. 

PUBLICIDADE

Como consequência, na avaliação de Meirelles, haverá uma perda de competitividade do setor produtivo paulista. O convênio ICMS 100, que atualmente prevê isenções sobre fertilizantes, é citado como um exemplo que, caso revisado, pode causar aumento nos custos de produção. Esse tema em específico também está em análise no Supremo Tribunal Federal.

“Nós estamos falando no envolvimento das cadeias produtivas de mais de R$ 1,5 bilhão, isso no estado de São Paulo. Se fizer a distribuição no processo como um todo, nós vamos ter realmente muitas dificuldades”, alerta Meirelles.

Insegurança e incertezas para 2025

A indefinição em relação aos tributos gera insegurança jurídica ao agro, afetando o planejamento financeiro das empresas do setor, que têm poucos dias para formular o orçamento do próximo ano. “Faltam 40 dias para o fim do ano e nós temos os projetos para 2025, mas, sem clareza sobre os impostos, fica difícil definir investimentos”, explica Tirso.

Como alternativa, o setor sugeriu ao governo estadual que a discussão sobre as mudanças tributárias fosse postergada para uma “agenda positiva” a partir de 2025, visando um planejamento e adaptação gradual.

Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Tudo sobre AgroSP

Alesp aprova projeto para isentar veículos híbridos de pagar IPVA por dois anos

Alesp aprova projeto para isentar veículos híbridos de pagar IPVA por dois anos

Projeto do governo estadual quer incentivar o uso de energias limpas, como o etanol; exclusão de elétricos é criticada

Tudo sobre AgroSP

Cetesb padroniza procedimentos para geração de biocombustíveis em propriedades rurais

Cetesb padroniza procedimentos para geração de biocombustíveis em propriedades rurais

Medidas visam facilitar emissões de licenças ambientais para biogás e biometano, o que deve acelerar transição energética

Tudo sobre AgroSP

Governador de SP afirma que isenções fiscais de alimentos serão renovadas, sem inclusão de novos produtos

Governador de SP afirma que isenções fiscais de alimentos serão renovadas, sem inclusão de novos produtos

Faesp quer incluir mais itens, como carnes, suco de laranja e gado; renovação será até 31 de dezembro de 2026

Tudo sobre AgroSP

Faesp vai pedir intervenção de deputados estaduais em projeto que retira incentivos fiscais do agro

Faesp vai pedir intervenção de deputados estaduais em projeto que retira incentivos fiscais do agro

De acordo com Tirso Meirelles, o fim das isenções deve provocar a inflação dos alimentos e descapitalizar agricultores

PUBLICIDADE

Concurso e parceria ajudam a promover cadeia produtiva da cachaça paulista

Estado é o maior produtor nacional da bebida, com quase metade do volume fabricado no país, que está em 226 milhões de litros

Pesquisa avalia impactos da broca-da-cana nos custos do açúcar e do etanol

Produção do biocombustível é mais afetada pela ação da broca-da-cana, segundo levantamento do Pecege e do Centro de Tecnologia Canavieira

Com urgência, Alesp analisa fundo indenizatório da aftosa

Parlamentares têm até esta quinta, 05, para apresentar emendas ao projeto

Sensor que cabe na palma da mão diminui uso de água na irrigação em 6x

Tecnologia para irrigação desenvolvida pela Embrapa Instrumentação ganhou nova versão neste ano e continua sendo aprimorada

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.