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Polinização pode gerar R$ 4,2 bilhões ao agro paulista

Estudo premiado da Semil em parceria com a USP mostra como recuperação da vegetação nativa pode aumentar a produtividade de lavouras como soja, laranja e café

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Redação Agro Estadão

30/07/2025 - 15:59

Estudo identificou cultivos agrícolas próximos a áreas de vegetação nativa | Foto: Semil/Divulgação
Estudo identificou cultivos agrícolas próximos a áreas de vegetação nativa | Foto: Semil/Divulgação

Um estudo feito pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), conquistou o 1º lugar no Prêmio MapBiomas 2025. A pesquisa, que integra o projeto Biota Síntese, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), demonstrou que a recuperação de vegetação nativa por meio da polinização pode aumentar o PIB agropecuário do estado em até R$ 4,2 bilhões por ano.

Os pesquisadores Rafael Chaves, da Semil, e Eduardo Moreira, da USP, utilizaram dados do MapBiomas para identificar áreas agrícolas que estão próximas a fragmentos de vegetação nativa. Com essas informações, identificaram possibilidades de ampliar a polinização – já que as áreas agrícolas demandam polinizadores e as de vegetação nativa são potenciais fornecedoras.

Eles avaliaram, ainda, o fluxo de polinizadores ao redor das lavouras e como a restauração de margens de rios, matas e campos próximos a cultivos pode contribuir para ampliar a presença deles, o que possibilitaria produzir mais grãos e frutos, com tamanhos maiores e com mais qualidade.

O estudo, publicado digitalmente como nota técnico-científica da Série Biota Síntese – Potencial do Serviço Ecossistêmico de Polinização no Estado de São Paulo –, também levantou os principais desafios para a execução do serviço. Uma delas é a homogeneidade agrícola de determinadas regiões, como a do Médio Paranapanema, onde plantações extensas de soja são circundadas por paisagens com pouca vegetação. No entanto, conforme os pesquisadores, essa limitação poderia ser reduzida com a recomposição dos ecossistemas e a adoção de práticas que atraiam polinizadores.

Cultivos beneficiados

O Prêmio MapBiomas é um dos mais importantes do país na esfera ambiental. Valoriza projetos que usam os dados do MapBiomas para propor soluções que sejam consideradas inovadoras para conservação, manejo sustentável e combate às mudanças climáticas. Mais de 180 propostas foram selecionadas para a edição deste ano.

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O estudo campeão revelou que as lavouras de soja, laranja e café seriam as maiores beneficiadas com o incremento em polinização. Os ganhos seriam da ordem de R$ 1,4 bilhão, R$ 1 bilhão e R$ 660 milhões anuais, respectivamente. Outros R$ 280 milhões seriam acrescidos a cultivos permanentes, como goiaba, abacate e manga, e mais R$ 820 milhões a temporários, como tomate, amendoim e feijão.

“Esses números demonstram como as soluções baseadas na natureza podem beneficiar simultaneamente a agricultura, a renda dos produtores e a proteção da biodiversidade”, afirma Rafael Chaves, que também é vice-diretor do Biota Síntese pela Semil.   

Rafael Chaves (dir.), um dos autores do estudo: “solução baseada na natureza” – Foto: Semil/Divulgação

Para o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, o estudo oferece subsídios para a melhoria de políticas públicas já existentes e para a formulação de novas. Tanto que as principais recomendações da nota técnica foram incorporadas ao Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc) do governo paulista. “O prêmio é um reconhecimento ao trabalho de excelência desenvolvido por nossas equipes, em parceria com a academia”.

Menção honrosa

Além da primeira colocação no prêmio, São Paulo também recebeu menção honrosa para a Fundação Florestal na categoria Políticas Públicas. A Plataforma de Restauração das Áreas Protegidas do estado foi reconhecida como estratégia inovadora para conservação e uso sustentável do território.

A ferramenta foi desenvolvida pela Fundação Florestal e pela Semil, com apoio técnico da Fundação Instituto de Administração (FIA), e lançada durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão. O objetivo é orientar a restauração ambiental nas unidades de conservação paulistas. Cerca de 38 mil hectares com potencial de recuperação já foram mapeados a partir do cruzamento – com técnicas de inteligência artificial – de dados ambientais relativos a uso do solo, vegetação, declividade e potencial de regeneração natural. .

A plataforma, que está disponível neste link, também ajuda a direcionar recursos do Finaclima-SP, mecanismo de financiamento climático que busca atrair e gerir recursos privados para ações de combate às mudanças climáticas. Atua, portanto, como um intermediador entre doadores e projetos sustentáveis.

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