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Consumo impulsiona mercado de cogumelos

Com demanda crescente, pesquisa e regulamentação podem abrir novas oportunidades para produtores e extrativistas no Brasil

Nome Colunistas

Igor Savenhago | Ribeirão Preto

26/03/2025 - 13:30

Pleurotus djamor, conhecido como cogumelo-salmão. Foto: IFungiLab/Divulgação
Pleurotus djamor, conhecido como cogumelo-salmão. Foto: IFungiLab/Divulgação

No extremo sul de São Paulo, em Parelheiros, um trecho da Mata Atlântica é o quintal de Bruno Henrique da Silva, conhecido como Bruno Forrageiro. Há três anos, ele transformou o extrativismo em negócio e abriu uma empresa para coletar plantas alimentícias não convencionais (PANCs), brotos, musgos comestíveis e cogumelos — estes últimos representam 70% de sua renda. 

Foto: Bruno Forrageiro/Arquivo Pessoal

Os alimentos colhidos são vendidos para restaurantes paulistanos e a renda garantiu a compra de uma casa no bairro e a reforma de um sítio abandonado, que será a sede da empresa. Com o conhecimento adquirido, ele também presta consultoria em micologia, a ciência que estuda os cogumelos e outros fungos.

Pesquisa

O exemplo de Forrageiro reflete o crescimento do interesse por cogumelos no Brasil. A produção, impulsionada por variedades tradicionais, como shitake, shimeji e champignon, de origem asiática e europeia, chega a 14 mil toneladas anuais, segundo a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC).

São Paulo lidera o setor, concentrando 80% da produção nacional. Nos últimos 20 anos, a busca por novos sabores e o avanço das dietas veganas elevaram o consumo per capita de 30 para 160 gramas ao ano.

A expansão do mercado de cogumelos pode ganhar impulso com o estudo de espécies silvestres, apontam pesquisadores do IFungiLab, ligado ao Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Desde 2019, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um levantamento busca mapear as variedades comestíveis nativas do Brasil.

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cogumelos
Espécies identificadas pelos pesquisadores do IFungiLab. Fotos: IFungiLab/Divulgação

Na primeira etapa da pesquisa, foram identificadas 409 espécies possíveis e confirmada a presença de 86 — dessas, 52 já são consumidas no Brasil, mas ainda não são produzidas em escala. Para viabilizar essa produção, os cogumelos precisam ser domesticados, ou seja, cultivados em condições controladas que reproduzam seu habitat natural. Em laboratório, os pesquisadores já obtiveram sucesso com dez espécies. Além da catalogação, o estudo avalia o potencial de cultivo dessas variedades. 

O coordenador do IFungiLab, Nelson Menolli Júnior, e os pesquisadores Mariana Drewinski e Cristiano Nascimento afirmam que a produção de cogumelos silvestres pode abrir novas oportunidades para pequenos produtores e extrativistas, além de incentivar o consumo de espécies nativas.

cogumelo
Coprinellus disseminatus. Foto: Mariana Drewinski/IFungiLab

Fungicultura

Além do investimento em pesquisa, a produtora e engenheira agrícola e ambiental Suzana Lopes de Araújo, conhecida como Suzana Shiitake, avalia que a regulamentação da fungicultura é fundamental para incentivar a produção. 

São Paulo foi o primeiro Estado a oficializar a atividade, em 2024, enquanto em outras regiões os cogumelos ainda são classificados como hortaliças. Além de cultivar shitake e shimeji em Cunha (SP), Suzana preside a Câmara Setorial Paulista da Fungicultura e quer expandir essa regulamentação para todo o País.

Outro objetivo da câmara, segundo Suzana, é incentivar o consumo de cogumelos frescos. “Com mão de obra barata no exterior, os importados, vendidos em conserva, chegam aqui com valores muito baixos, que não cobrem sequer nossos custos de produção”, diz.

Conheça a produção de cogumelos de Suzana Shiitake.

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